Em razão do Dia da Saúde e Nutrição, que será celebrado no dia 31 de março, queremos ressaltar a importância da suplementação nutricional em um grupo especialmente acometido pela deficiência generalizada de nutrientes, os pacientes bariátricos.

 

A cirurgia bariátrica (CB) é aceita atualmente como a ferramenta mais eficaz no controle e tratamento da obesidade mórbida, além de auxiliar na redução das comorbidades relacionadas a obesidade e na melhora da qualidade de vida 1. A obesidade mórbida é caracterizada pelo índice de massa corporal (IMC) acima de 35, e hoje é considerada como uma doença epidêmica 2. Esta doença é multifatorial, de origem genética e metabólica, agravada pela exposição a fenômenos ambientais, culturais, sociais e econômicos, e associada a fatores demográficos (sexo, idade, raça) e ao sedentarismo 3.

 

Ao longo dos últimos anos, o número de CB no Brasil vem aumentando continuamente, de modo que, entre 2011 e 2018, esse procedimento cirúrgico teve um aumento de 84,73% 2. Vale ressaltar que o número de cirurgias realizadas ainda é baixo, visto que apenas 0,47% da população elegível realizou o procedimento, e atualmente a estimativa é que 13,36 milhões de pessoas vivam com obesidade mórbida no Brasil 2.

 

Apesar de seus benefícios, a cirurgia bariátrica também pode ocasionar carências nutricionais, devido às alterações anatômicas e fisiológicas que prejudicam as vias de absorção e/ou ingestão alimentar 4. Como resultado da má absorção pelo intestino, causado pelas diferentes técnicas cirúrgicas, o consumo de micronutrientes em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica não atinge 50% das doses diárias recomendadas 5. Vale mencionar que, antes mesmo de qualquer intervenção cirúrgica, a obesidade está frequentemente associada à deficiências nutricionais, o que pode agravar o cenário de carência nutricional após o procedimento 1.

 

A restrição da ingestão alimentar, associada à má absorção de nutrientes essenciais, favorece a ocorrência de várias deficiências, podendo desencadear complicações como anemia, perda de massa óssea, desnutrição proteica, neuropatias periféricas, danos visuais, encefalopatia de Wernicke e má formação fetal 4. Essas alterações geralmente não são diagnosticadas e tratadas, trazendo consequências à saúde e comprometendo a qualidade de vida desses indivíduos 4.

 

A deficiência de alguns minerais é comumente relatada em pacientes pós cirurgia bariátrica. A deficiência de zinco pode aparecer em até 28% dos pacientes pré CB, e de 36% a 51% em pacientes pós CB 6, 7. A falta desse nutriente está relacionada a queda de cabelo 8, diarreia, desordens emocionais, perda de peso, infecções e dermatites 9, 10.

 

A deficiência de ferro é a mais comum, com cerca de 33% a 49% dos pacientes apresentando anemia em até 2 anos após o procedimento 1.  O cobre tem sua absorção reduzida após a CB, aumentando o risco de sua deficiência 10, e possibilidade de anemia e de prejuízos neurológicos 11, 12. A deficiência de selênio, por sua vez, também é comum pós CB 13, 14, com sintomas que incluem cardiomiopatia, inflamação muscular periférica (miosite), fraqueza e cãibras 10.

 

Pacientes bariátricos também estão sujeitos à deficiência de magnésio, detectada em 35% dos indivíduos admitidos para a CB. Esse quadro está associado à osteoporose, deficiência de vitamina D e prejuízos da secreção de hormônio da paratireoide (PTH ou paratormônio), essencial para o processo de remodelamento ósseo 15-17.

 

Considerando que, na maioria dos casos, o paciente bariátrico apresenta diminuição da secreção gástrica, bem como a remoção de uma porção intestinal, a escolha da fonte desses minerais é essencial para garantir que a suplementação seja efetiva. Nesse cenário, os Minerais Aminoácidos Quelatos caracterizam-se como excelentes fontes minerais para a suplementação de pacientes pós cirurgia bariátrica, visto apresentam comportamento biológico diferente dos sais minerais comumente utilizados nas fórmulas nutricionais. Os minerais aminoácidos quelatos têm como característica a redução e/ou ausência de efeitos colaterais e são absorvidos em região do intestino que não é afetada pela cirurgia bariátrica.

 

Dessa forma, a ingestão diária de micronutrientes nas quantidades recomendadas é fundamental para manter a homeostase do organismo, bem como garantir o sucesso na perda/manutenção do peso a longo prazo 4, 18, 19.

 

Produzido por: Pietra Sacramento Prado, BSc e Denise Dias, MSc.

 

 

Referências

  1. Lupoli R., Lembo E., Saldalamacchia G., Avola C.K., et al. World J Diabetes. 2017;8(11):464-474.
  2. Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). 2019; https://www.sbcbm.org.br/cirurgia-bariatrica-cresce-8473-entre-2011-e-2018/.
  3. Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). 2017; https://www.sbcbm.org.br/a-cirurgia-bariatrica/.
  4. Bordalo L.A., Teixeira T.F., Bressan J., Mourao D.M. Rev Assoc Med Bras (1992). 2011;57(1):113-120.
  5. Reginaldo G.J., Silva A.F. Rev Saúde Pública. 2014;7(3):487-494.
  6. Slater G.H., Ren C.J., Siegel N., Williams T., et al. J Gastrointest Surg. 2004;8(1):48-55; discussion 54-45.
  7. Madan A.K., Orth W.S., Tichansky D.S., Ternovits C.A. Obes Surg. 2006;16(5):603-606.
  8. Neve H.J., Bhatti W.A., Soulsby C., Kincey J., et al. Obes Surg. 1996;6(1):63-65.
  9. Lewandowski H., Breen T.L., Huang E.Y. Endocr Pract. 2007;13(3):277-282.
  10. Shankar P., Boylan M., Sriram K. Nutrition. 2010;26(11-12):1031-1037.
  11. Griffith D.P., Liff D.A., Ziegler T.R., Esper G.J., et al. Obesity (Silver Spring). 2009;17(4):827-831.
  12. de Luis D.A., Pacheco D., Izaola O., Terroba M.C., et al. Ann Nutr Metab. 2008;53(3-4):234-239.
  13. Hatizifotis M., Dolan K., Newbury L., Fielding G. Obes Surg. 2003;13(4):655-657.
  14. Xavier A., Lapointe-Gagne, Gagner M. Surg Obes Relat Dis. 2005;1:284–290.
  15. Sahota O., Mundey M.K., San P., Godber I.M., et al. Osteoporos Int. 2006;17(7):1013-1021.
  16. Fatemi S., Ryzen E., Flores J., Endres D.B., et al. J Clin Endocrinol Metab. 1991;73(5):1067-1072.
  17. Schweitzer D.H. Obes Surg. 2007;17(11):1510-1516.
  18. Schijns W., Schuurman L.T., Melse-Boonstra A., van Laarhoven C., et al. Surg Obes Relat Dis. 2018;14(7):1005-1012.
  19. Parrott J., Frank L., Dilks R., Craggs-Dino L. ASMBS Nutrition Guidelines: Micronutrients. 2016.

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