Muitos itens favorecem uma gravidez saudável, entre eles o peso pré-gestacional adequado e o ganho de peso apropriado durante a gestação.
Praticar atividade física, consumir alimentos de forma variada e adequada, usar suplemento mineral e vitamínico, evitar álcool e outras substâncias nocivas, como o fumo, também são consideradas boas práticas para essa fase da vida.
Hoje vamos falar da alimentação e da atividade física na gestação! Mas vale destacar a importância do pré-natal e da orientação individualizada do profissional de saúde.
Atividade física
O exercício regular durante a gravidez parece melhorar ou manter a capacidade física e a boa imagem corporal, além de contribuir para o retorno e a manutenção do peso adequado após o nascimento do bebê.
As gestantes devem ser avaliadas antes de iniciar a atividade física. E, a menos que o profissional de saúde identifique uma razão médica que justifique a oposição a tais atividades, elas devem ser encorajadas a realizá-la. É fato que tanto o excesso de atividade física quanto a inatividade/sedentarismo estão associados a efeitos negativos para o crescimento fetal adequado.
As atividades físicas recreativas, como caminhar e nadar, em sua grande parte, são seguras durante a gravidez. O que devem ser evitadas são as atividades com um alto risco de queda ou com risco de trauma abdominal, como, por exemplo, cavalgadas, futebol e basquete ou qualquer outro esporte de contato ou de alto impacto.
Alimentação
Quando boas escolhas alimentares são feitas, o consumo adequado de alimentos para atender às necessidades de energia e de nutrientes extras da gestação pode ser alcançado. Entretanto, como a necessidade de alguns nutrientes é muito aumentada durante a gestação, normalmente é preciso suplementação mineral e vitamínica, principalmente em casos vulneráveis, como aqueles em que ocorre, por exemplo, insegurança alimentar, uso de álcool, fumo ou dependência de outras substâncias e, ainda, anemia, dieta vegetariana ou maus hábitos alimentares nos períodos pré-gestação e gestacional.
A necessidade de calorias no primeiro trimestre da gravidez é a mesma das mulheres não grávidas. Já, no segundo e terceiro trimestres, ela aumenta a fim de assegurar o desenvolvimento adequado do bebê e o bem-estar da mãe.
O ferro e o folato são nutrientes que normalmente precisam ser – e são – suplementados. As necessidades de ferro aumentam consideravelmente durante a gestação, e torna-se muito difícil manter os níveis adequados de hemoglobina no sangue, o que pode levar à anemia ferropriva. Já o folato tem forte efeito protetor contra defeitos do tubo neural no bebê, e seu uso é recomendado também antes de engravidar, quando possível.
Outros nutrientes que devem ser avaliados individualmente para verificar a necessidade de suplementação são:
– Vitamina B 12 (cobalamina): a carência desta vitamina tem sido associada ao baixo peso do bebê ao nascer. Junto à deficiência de folato, ela tem sido relacionada a defeitos na formação do tubo neural assim como à pré-eclâmpsia.
– Cálcio: parece ser benéfico em mulheres que apresentam alto risco de desenvolver hipertensão na gestação e naquelas que têm baixa ingestão de cálcio.
– Zinco: seus possíveis efeitos benéficos têm sido associados à prevenção do trabalho de parto prematuro e sua carência no período gestacional, ao retardo do crescimento intrauterino, ao nascimento pré-termo, à pré-eclâmpsia e ao comprometimento imunológico do feto.
Importante ressaltar que as gestantes devem procurar o profissional de saúde antes de tomar um suplemento, a fim de evitar atingir o limite máximo tolerável (UL) para uma determinada vitamina ou mineral.
Quanto à cafeína, tem-se descrito que o consumo menor de 200 mg por dia não está associado a riscos para o bebê. Entretanto, como ainda não há consenso sobre isso, a ingestão de alimentos fonte de cafeína, como o café, deve ser moderada.
É comum que gestantes tenham náuseas e vômitos, refluxo, desejos e aversões, entre outras manifestações. A dieta, dando ênfase, aqui, ao consumo de água e outros líquidos, deverá ser adaptada a cada gestante, e o nutricionista é o profissional mais adequado para dar essa orientação!
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Referências
Academy of Nutrition and Dietetics: Nutrition and Lifestyle for a Healthy Pregnancy Outcome. Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics. v. 114, n. 7, 2014.
BRASIL. Cadernos de Atenção Básica: Atenção ao pré-natal de baixo risco. Ministério da Saúde. 2012.
TAKITO, M. Y.; BENICIO, M. H. D’Aquino; NERI, L. C. L. Atividade física de gestantes e desfechos ao recém-nascido: revisão sistemática. Rev. Saúde Pública, v. 43, n. 6, p. 1059-1069, 2009.