Magnésio e Asma
 

A asma
 

A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas caracterizada por hiperresponsividade brônquica, limitação variável ao fluxo aéreo e sintomas respiratórios. Clinicamente, manifesta-se por episódios recorrentes de sibilos (ruído característico da asma brônquica, semelhante a um assobio agudo), dispneia, sensação de aperto no peito e tosse.
 

É uma doença comum, principalmente, na infância. A obstrução do fluxo aéreo, durante as crises, pode se tornar intensa, resultando em insuficiência respiratória, o que coloca a vida do asmático em risco.
 

O que é hiperresponsividade brônquica?

O termo responsividade de vias aéreas refere-se à facilidade com a qual as vias aéreas se estreitam quando expostas a estímulos provocativos.
 

Hiperresponsividade brônquica (HRB) pode ser definida como um aumento na facilidade e no grau de estreitamento das vias aéreas em resposta a estímulos broncoconstritores in vivo. Clinicamente, a HRB apresenta sintomas de tosse, aperto no peito e chiado após exercício. Manifesta-se com exposição ao ar frio ou a outros irritantes ambientais ou, ainda, após estimulação mecânica das vias aéreas, tais como aquelas que ocorrem com risadas ou com manobras expiratórias forçadas.
 

O magnésio e a asma
 

O magnésio participa de diversas reações enzimáticas, ajudando a manter a homeostase celular. O seu papel na asma ainda não é claramente definido, mas sabe-se que ele:
 

– provoca broncodilatação (dilatação dos brônquios, que são estruturas tubulares encarregadas de encaminhar ar aos pulmões) por meio da modulação do cálcio e inibição da liberação da acetilcolina nos terminais nervosos;
 

– controla a inflamação, pois reduz a ação de seus mediadores; estabiliza as células T e inibe a degranulação dos mastócitos;
 

– reduz a gravidade da asma, por meio da estimulação da síntese do óxido nítrico e prostaciclina.

 

A deficiência leve de magnésio é difícil de detectar, uma vez que o nível de magnésio no sangue reflete apenas uma pequena proporção do magnésio total no corpo. A sua concentração é regulada pelo intestino e pelos rins (que controlam a absorção e a excreção deste mineral) e ela pode ser reabastecida com estoques do osso e do músculo. Não se sabe exatamente a quantidade de magnésio e  o tempo é necessário para repor os estoques em casos de deficiência.
 

A hipomagnesemia (baixa concentração de magnésio no sangue) tem sido associada à asma grave, mas os indivíduos com asma leve ou moderada podem apresentar concentrações normais de magnésio. Ressalta-se que, quando indivíduos asmáticos são comparados àqueles sem a doença, os níveis de magnésio nos eritrócitos e na urina dos primeiros costuma se apresentar menor.
 

Anti-inflamatórios e broncodilatadores, medicamentos utilizados no tratamento da asma, podem causar depleção de magnésio no organismo.
 

O uso de sulfato de magnésio (MgSO4) intravenoso é considerado capaz de melhorar a função pulmonar e de causar broncodilatação nos casos de tratamento de emergência para o ataque de asma. O que se tem buscado saber é se a suplementação oral desse mineral também gera efeitos positivos; acredita-se que a suplementação oral de magnésio melhora a função pulmonar e diminui a frequência dos ataques, mas a literatura mostra resultados conflitantes.
 

Hosseini e colaboradores publicaram um estudo, em 2016, no qual determinaram o efeito da suplementação oral de magnésio, por dois meses, sobre os sintomas da asma e as funções pulmonares em 100 indivíduos adultos com asma persistente leve e moderada. Amostras de sangue e outras informações foram coletadas no início e no final da pesquisa. Os participantes foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos: placebo e aqueles que consumiram 340 mg de citrato de magnésio por dia. Os resultados mostraram melhorias quanto aos testes de função pulmonar e concentração de magnésio no sangue ao longo dos dois meses, mas não foi detectada diferença entre os grupos.
 

O magnésio desempenha um papel crucial na regulação da contração da musculatura lisa brônquica e hiperresponsividade, no entanto os resultados e as conclusões sobre a atuação da suplementação oral de magnésio e melhora dos sintomas da asma têm variado.
 

Apesar de haver pesquisas mostrando que baixos níveis de magnésio de soro são associados ao aumento do risco de ataques de asma e das hospitalizações subsequentes, em comparação a pessoas com níveis de magnésio normais, e também apontando que a alta ingestão de magnésio está associada à melhora dos sintomas da asma, há trabalhos que não mostram nenhuma melhora significativa com a suplementação.
 

Ressalta-se que é sempre importante considerar criteriosamente alguns pontos básicos ao analisar esses trabalhos, como:
 

– o aumento da excreção urinária de magnésio a partir do uso de suplemento;

– o tipo de medicamento usado para controle da asma, concomitantemente ao uso de suplemento;

– a duração da intervenção e o tipo de suplemento de magnésio.
 

Ao verificar a necessidade do uso, na hora de escolher seu suplemento, avalie sempre o melhor custo benefício!

 

 


 

 

Referências Bibliográficas:

ALBION, Human Nutrition. Magnesium: a role in the therapy for asthma. Research Notes: A compilation of vital research updates on human nutrition. v. 13, n. 3. 2004.

BITTAR, T. M. B.; GUERRA, S. D. Uso do sulfato de magnésio venoso para tratamento da asma aguda grave da criança no pronto-socorro. Rev. Bras. Ter. Intensiva, v. 24, n. 1, p. 86‑90, 2012.

FATHI, N. et al. Effect of oral magnesium citrate supplement on lung function and magnesium level in patients with asthma. Mazand Univ Med Sci, v. 24, 111, p. 44-51. 2014.

HOSSEINI, S. A. et al. Investigating the effects of oral magnesium citrate supplement on lung function, magnesium level and interlukine-17 in patients with asthma. International Journal of Pharmaceutical Research & Allied Sciences, v. 5, n. 2, p. 86-92. 2016.

SEIN, H. H. et al. Relationship between intracellular magnesium level, lung function, and level of asthma control in children with chronic bronchial asthma. Malays J Med Sci. v. 21, n. 5, p. 30-6. 2014.

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