A deficiência de zinco (Zn) pode ocorrer por vários motivos, como alimentação inadequada, aumento das necessidades devido a doenças, problemas de absorção, entre outros. Entretanto essa deficiência pode ser superada com o uso temporário de um suplemento de Zn.
Mesmo na ausência de deficiências, suplementos de Zn podem servir para outros propósitos, pois possui ação anti-inflamatória em determinadas situações, promove aumento do número de espermas em homens inférteis e pode ser usado no tratamento de déficit de atenção/hiperatividade em crianças. Por outro lado, embora cada um desses efeitos seja considerado desejável, a suplementação de Zn com doses moderadamente altas tem sido apontada como a causadora de um grau de deficiência de cobre, o que pode ser verificado por meio da avaliação da enzima superóxido dismutase.
Uma pergunta que surge sobre a suplementação desse mineral é a seguinte: qual forma de Zn deve ser empregada?
O sulfato de Zn era, frequentemente, usado em suplementos, mas esse uso diminuiu nos últimos anos. Uma das razões para essa diminuição é o fato de que o sulfato de Zn pode produzir irritação no trato gastrointestinal. Somado a esse fato, alguns consumidores passaram a optar pelos complexos minerais orgânicos em lugar das formas inorgânicas.
Assim, suplementos de Zn orgânicos, como o gluconato de Zn, passaram a ser usados comumente. No entanto, essa forma não foi tão amplamente avaliada quanto outros complexos orgânicos de Zn, como o glicinato de Zn, que tem resultados positivos comprovados em uma série de pesquisas.
Com esse objetivo, os autores Disilvestro, Koch e Rakes avaliaram trinta mulheres de 18 a 24 anos. Elas foram divididas em três grupos aleatoriamente (n = 10 cada): placebo de maltodextrina; 60 mg de zinco por dia, na forma gluconato; e a mesma quantidade de zinco na forma glicinato. Essas mulheres tiveram seu sangue coletado antes e após seis semanas de suplementação para análise do zinco plasmático e da enzima superóxido dismutase.
Como resultado, foi observado que a suplementação com zinco glicinato aumentou o zinco no plasma (Figura 1), o que não aconteceu com os grupos placebo e zinco gluconato. Nenhum dos tratamentos produziu alterações na atividade do superóxido dismutase dos eritrócitos, indicando que não houve comprometimento no metabolismo de cobre.
Em resumo, nas condições do estudo avaliado, uma dose moderadamente alta de Zn glicinato foi capaz de aumentar o Zn plasmático sem afetar um indicador do estado do cobre, situação que não se repetiu com o Zn gluconato, o qual não produziu alteração em nenhum dos dois parâmetros avaliados.
Referência Bibliográfica
DISILVESTRO, R. A.; KOCH, E.; RAKES, L. Moderately high dose zinc gluconate or zinc glycinate: effects on plasma zinc and erythrocyte superoxide dismutase activities in young adult women.Biological Trace Element Research, v. 168, n. 1, p. 11-4, 2015.