A astaxantina é um carotenoide que tem sido destaque em estudos científicos por sua associação com a prevenção de doenças cardiovasculares e seus efeitos benéficos ao sistema imunológico. Atualmente, ainda não é uma substância conhecida pelos profissionais de saúde, mas devido às comprovações científicas, a tendência é que se torne destaque na recomendação de antioxidantes.
Os carotenoides são uma família de pigmentos abundantemente encontrados na natureza. Eles são os responsáveis pelas cores que vão do amarelo ao vermelho em diversas plantas, fungos, bactérias, frutos e animais, como por exemplo, o aspecto alaranjado da cenoura e do salmão.
Além de dar cor aos seres vivos, os carotenoides são potentes antioxidantes, isto é, excelentes protetores das células do corpo, atuando na diminuição dos riscos para futuras complicações na saúde. Dentre os mais de 500 tipos de carotenoides existentes, a astaxantina, de coloração avermelhada e produzida por microalgas e leveduras, tem ganhado especial destaque por apresentar ação antioxidante superior aos demais carotenoides, prevenindo e diminuindo o risco de doenças.
O principal foco dos atuais estudos é a relação entre o consumo de astaxantina e a prevenção de doenças cardiovasculares como diabetes, aterosclerose e pressão alta.
Um estudo realizado por Yoshida investigou o efeito da astaxantina sobre os níveis de gordura no corpo. Para tanto, analisou os resultados do consumo de diferentes doses da substância (0, 6, 12 e 18 mg/dia), durante 12 semanas e distribuídas aleatoriamente a 61 indivíduos não obesos, sem diabetes e sem pressão alta, com idades entre 25 e 60 anos. Ao final da intervenção, foi verificado que os indivíduos que consumiram 12 e 18 mg/dia de astaxantina apresentaram uma melhora em seus níveis de gordura no corpo, além de aumento dos índices do colesterol bom, o HDL. Além da melhora nos níveis de gordura, a astaxantina também atua fortemente na nossa imunidade. Um estudo de 2010 com mulheres saudáveis da Coreia do Sul verificou que a suplementação de 2 mg/dia e 8 mg/dia de astaxantina por 4 e 8 semanas foi capaz de beneficiar a resposta do sistema imunológico delas, diminuindo os níveis de agentes inflamatórios.
Além disso, um estudo realizado por pesquisadores japoneses em 2016 chegou a resultados similares aos achados de 2010, demonstrando que o consumo de astaxantina teve influência na prevenção da aterosclerose, uma patologia inflamatória gerada pela formação de placas nas paredes das artérias e que pode levar à doenças como pressão alta, alteração nos níveis de colesterol e triglicérides no sangue, síndrome metabólica e até mesmo ao aumento da gordura dos órgãos, como pâncreas e fígado. Tal efeito foi decorrente, principalmente, por sua ação antioxidante no metabolismo das gorduras e da glicose.
Esses recentes achados têm demonstrado que a astaxantina é um promissor carotenoide para atuar na promoção da qualidade de vida de indivíduos saudáveis e não saudáveis. Avaliada por diferentes entidades como a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA) e o órgão regulador norte-americano de alimentos e medicamentos (FDA), a astaxantina produzida pela espécie H. pluvialis é segura para ser consumida tanto como suplemento quanto como aditivo alimentar.
Referências
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Visoli F; Artaria C. Astaxanthin in cardiovascular health and disease: mechanisms of action, therapeutic merits, and knowledge gaps. Food Funct., 2017, 8, 39.
Yoshida et al. Administration of natural astaxanthin increases serum HDL-cholesterol and adiponectin in subjects with mild hyperlipidemia. Atherosclerosis. 2010 Apr;209(2):520-3.
Park JS; Chyun JH, Kim YK; Line LL, Chew BP. Astaxanthin decreased oxidative stress and inflammation and enhanced immune response in humans. Nutrition & Metabolism 2010, 7:18.
Kishimoto Y; Yoshida H; Kondo K. Potential Anti-Atherosclerotic Properties of Astaxanthin. Mar. Drugs 2016, 14, 35.