O diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz ou não consegue utilizar adequadamente a insulina, um hormônio que controla a quantidade de glicose (glicemia) no sangue. Apesar de ser considerada uma doença crônica silenciosa, o diabetes, quando não tratado, pode resultar em consequências sérias, como problemas de visão, doença renal crônica e aumento do risco de doenças cardiovasculares.
Estima-se que, mundialmente, cerca de 250 milhões de pessoas têm diabetes. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, somente no Brasil, mais de 13 milhões de pessoas tem a doença. Vale notar que as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (CDNT), como o diabetes, são responsáveis por mais de 60% das mortes no país.
A fim de aumentar a conscientização sobre a doença, foi instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) o Dia Mundial do Diabetes no dia 14 de novembro.
Além do controle da alimentação e uso de medicamentos específicos, estudos indicam que muitas pessoas que têm diabetes podem se beneficiar da suplementação nutricional, especialmente aqueles que não consomem uma dieta balanceada. A seguir estão alguns minerais importantes a serem considerados.
Magnésio
Os níveis de magnésio tendem a diminuir em pessoas com diabetes, podendo atingir níveis perigosamente baixos entre aqueles que sofrem de retinopatia diabética grave. Foi visto que a deficiência de magnésio influencia diretamente no controle da glicemia em diabéticos, podendo interromper o processo de secreção de insulina, bem como aumentar a resistência à insulina. Estudos indicam que uma maior ingestão de magnésio na dieta pode ajudar a prevenir o diabetes tipo 2 em pessoas de meia-idade com maior risco de desenvolver a doença. As fontes de magnésio na dieta incluem nozes, grãos e vegetais de folhas verdes. No entanto, grande parte da população não consome níveis adequados do mineral somente através da dieta, o que ressalta a importância da sua suplementação nutricional.
Cromo
Diversos estudos demonstraram um papel potencial da suplementação de cromo no controle da resistência à insulina e melhora da tolerância à glicose em pacientes com diabetes tipo 1 e 2. Além disso, o consumo adequado de cromo melhora o perfil lipídico (colesterol) do sangue e a ação da insulina. O cromo melhora os níveis de glicose e insulina em indivíduos com hipoglicemia, hiperglicemia, diabetes e hiperlipidemia. Vale notar que a maioria das pessoas não ingere níveis adequados de cromo, e o baixo consumo deste mineral pode causar sintomas semelhantes aos do diabetes e doenças cardiovasculares.
Zinco
A deficiência de zinco foi sugerida como fator que pode contribuir para o desenvolvimento de diabetes. Ademais, o zinco é um elemento crucial no metabolismo da insulina. Além do seu conhecido papel como um poderoso guardião contra infecções virais, o zinco também pode atuar protegendo as células beta do pâncreas, que produzem insulina, contra a destruição associada ao diabetes. Os portadores de diabetes do tipo 1 são frequentemente deficientes em zinco, enquanto a suplementação do mineral demonstrou reduzir os níveis de glicose no sangue.
Selênio
Da mesma forma que o zinco, o selênio é um elemento antioxidante capaz de proteger as células pancreáticas produtoras de insulina do estresse oxidativo, bem como melhorar a sua funcionalidade. Estudos indicam um papel positivo da administração de selênio em pacientes com diabetes tipo 2, melhorando o perfil glicêmico e lipídico.
Manganês
A deficiência de manganês é comum entre os diabéticos e acredita-se que seja uma parte da causa do diabetes. O manganês é um cofator chave para enzimas que participam do metabolismo da glicose. Estudos sugerem que a suplementação de manganês pode melhorar a tolerância à glicose, reduzir o estresse oxidativo e melhorar a disfunção endotelial no diabetes.
Considerações finais
Em suma, diversos estudos indicam que minerais como o magnésio, cromo, zinco, selênio e manganês são importantes para a regulação saudável dos níveis de açúcar no sangue. Deficiências desses elementos podem estar, direta ou indiretamente, associadas a resistência à insulina ou diabetes. Se você está preocupado com os seus níveis de glicemia, pode valer a pena verificar se está consumindo níveis adequados desses importantes nutrientes em sua dieta. Converse com seu médico ou nutricionista.
Produzido por: Andrea Rodrigues Vasconcelos, PhD
Referências
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