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Junto com a chegada do mês de dezembro, dá se início às comemorações de final de ano, que, em muitas das ocasiões, estão associadas a um maior consumo de bebidas alcoólicas, que pode ser prejudicial para a saúde hepática. Se, ainda assim, não quiser perder a diversão e beber de forma moderada, é possível dar uma “forcinha” para o seu fígado. A colina é um nutriente que auxilia no combate aos prejuízos causados pelo consumo excessivo de álcool. Mas como isso funciona?

O fígado, a maior glândula e o segundo maior órgão do corpo humano, desempenha um papel central na digestão, no metabolismo e no armazenamento de nutrientes ¹. O consumo excessivo de álcool pode acarretar acúmulo de gordura no fígado, denominada esteatose hepática alcoólica, cirrose ou até mesmo câncer de fígado ², além de desencadear diversos outros processos inflamatórios.  

A colina é um nutriente essencial, que pode auxiliar no controle dos efeitos agudos e crônicos decorrentes do consumo de bebidas alcoólicas no organismo, graças às suas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e hepatoprotetoras ³. No fígado especificamente a colina atua no transporte e direcionamento adequado de lipídios, prevenindo o acúmulo de gordura⁴, processo que pode ser afetado pela deficiência desse nutriente ^{4, 5}.

De fato, evidências mostram que o consumo de até 412mg/dia de colina é capaz de reduzir em até 32% o risco de desenvolvimento de gordura no fígado em mulheres, em relação àquelas que apresentavam o consumo abaixo de 179mg/dia. Esse achado também foi evidenciado no grupo dos homens, com redução de 25% do risco de acúmulo de gordura nos indivíduos com consumo diário de colina de 452mg ⁶. Essa associação inversa entre o consumo de colina e o acúmulo de gordura no fígado valida a importância do consumo desse nutriente para a hepatoproteção.

Diante do que foi exposto, é importante ressaltar que o fígado utiliza grandes quantidades de colina, mas é incapaz de produzir os níveis necessários para o seu funcionamento, sendo preciso obtê-la por meio da dieta ⁷. Contudo, o consumo desse nutriente pela população está bem abaixo do recomendado ⁸, o que ressalta a importância da suplementação de colina na dieta, especialmente em períodos festivos, auxiliando assim o organismo na amenização dos prejuízos para a saúde hepática.

Produzido por: Pietra Sacramento Prado, BSc e Denise Dias, MSc.

Referências:

1. Mezey E. Gastroenterology. 1978;74(4):770-783.
2. Maher J.J. Semin Gastrointest Dis. 2002;13(1):31-39.
3. Zeisel S.H., Da Costa K.A., Franklin P.D., Alexander E.A., et al. FASEB J. 1991;5(7):2093-2098.
4. Yao Z.M., Vance D.E. J Biol Chem. 1988;263(6):2998-3004.
5. Zeisel S.H., Szuhaj B.F. Choline, phospholipids, health, and disease.: The American Oil Chemists Society. 1998.
6. Yu D., Shu X.O., Xiang Y.B., Li H., et al. J Nutr. 2014;144(12):2034-2040.
7. Michel V., Yuan Z., Ramsubir S., Bakovic M. Exp Biol Med (Maywood). 2006;231(5):490-504.
8. Keast D.R. Washington, DC 2007.