Muitos não sabem, mas a vitamina K não é um composto único, e sim uma família de vitaminas, organizadas em dois grupos principais: a filoquinona (K1) e as menaquinonas (K2). A vitamina K1 é sintetizada por vegetais folhosos, enquanto a vitamina K2 pode ser encontrada em queijos fermentados e no natto, um alimento tradicional japonês produzido a partir da soja fermentada [1]. A vitamina K1 apresenta meia-vida relativamente curta e é rapidamente excretada, exercendo pouca ação sobre os tecidos, enquanto que a vitamina K2 apresenta meia-vida de vários dias e atinge vários órgãos e sistemas [2], apresentando, portanto, maior potencial clínico.
A ação da vitamina K2 na saúde óssea e cardiovascular já está bem consolidada na literatura médico-científica, com seus efeitos benéficos comprovados por diversos estudos clínicos de ponta e em diferentes populações (idosos, crianças, mulheres pós-menopausa) [3-7]. Como a vitamina K2 tem ação sistêmica no organismo, seu potencial em outros cenários clínicos tem sido bastante estudado nos últimos anos [1].
Nesse sentido, o papel da vitamina K2 no sistema endócrino apresentou resultados promissores, sendo sua suplementação correlacionada com a melhora da sensibilidade à insulina, redução do risco para desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2, controle glicêmico, redução de colesterol total e acúmulo de gordura, além de redução de risco para desenvolvimento de síndrome metabólica [8-12].
O sistema endócrino é um sistema complexo composto por glândulas responsáveis pela produção, liberação e direcionamento dos hormônios no corpo humano, regulando assim diversas funções e processos fisiológicos. Dentre essas funções está o controle do peso e da gordura corporal, parâmetros cruciais para o desenvolvimento de comorbidades crônicas como a diabetes tipo 2, a hipertensão e a obesidade, problemas de saúde pública do século XXI.
Há mais de um ano vivemos a pandemia da COVID-19, afetando drasticamente a rotina e o estilo de vida da população mundial, o que não passa despercebido pelo nosso organismo. No Brasil, 52% da população declarou ter aumentado de peso, com uma média de ganho de 6,5kg [13]. Além do mais, sabe-se, atualmente, que o sobrepeso e a obesidade são também agravantes no caso de infecção pelo coronavírus.
Sendo assim, o controle do peso corporal e dos níveis de gordura são parâmetros chave para a manutenção de uma boa saúde nos dias de hoje. Uma dieta balanceada associada à prática regular de exercícios físicos são maneiras efetivas de se manter saudável, e nesse sentido, a suplementação nutricional pode ser uma aliada interessante na otimização desse processo.
O estudo de Knapen et al. 2018 investigou a ação da vitamina K2, na forma de MK-7, sobre a distribuição e acúmulo de gordura corpórea em mulheres pós-menopausa. A suplementação foi feita com 180 mcg/dia de vitamina K2 MenaQ7® ou placebo, durante um período de três anos. As mulheres que tiveram melhor resposta à suplementação, ou seja, maior aumento nos níveis de osteocalcina ativa (marcador do status de vitamina K), apresentaram redução da circunferência abdominal, do peso e das gorduras abdominal e visceral [14]. Esses resultados corroboram outros estudos prévios que também associaram a suplementação da vitamina K com a melhora do metabolismo da glicose e da gordura corporal em humanos [15-18].
A vitamina K, especialmente na forma de vitamina K2 MenaQ7® da NattoPharma, a qual apresenta segurança e benefícios clínicos cientificamente comprovados, tem um enorme potencial de ação metabólica, caracterizando-se como uma excelente estratégia no controle dos parâmetros de peso e gordura corporal, a fim de prevenir o desenvolvimento de comorbidades e doenças crônicas.
Produzido por: Pietra Sacramento Prado, BSc e Renata Cavalcanti, PhD
Referências
1. Halder, M., et al., Vitamin K: Double Bonds beyond Coagulation Insights into Differences between Vitamin K1 and K2 in Health and Disease. Int J Mol Sci, 2019. 20(4).
2. Sato, T., L.J. Schurgers, and K. Uenishi, Comparison of menaquinone-4 and menaquinone-7 bioavailability in healthy women. Nutr J, 2012. 11: p. 93.
3. Knapen, M.H., L.J. Schurgers, and C. Vermeer, Vitamin K2 supplementation improves hip bone geometry and bone strength indices in postmenopausal women. Osteoporos Int, 2007. 18(7): p. 963-72.
4. Knapen, M.H., et al., Three-year low-dose menaquinone-7 supplementation helps decrease bone loss in healthy postmenopausal women. Osteoporos Int, 2013. 24(9): p. 2499-507.
5. Knapen, M.H., et al., Menaquinone-7 supplementation improves arterial stiffness in healthy postmenopausal women. A double-blind randomised clinical trial. Thromb Haemost, 2015. 113(5): p. 1135-44.
6. Geleijnse, J.M., et al., Dietary intake of menaquinone is associated with a reduced risk of coronary heart disease: the Rotterdam Study. J Nutr, 2004. 134(11): p. 3100-5.
7. van Summeren, M.J., et al., The effect of menaquinone-7 (vitamin K2) supplementation on osteocalcin carboxylation in healthy prepubertal children. Br J Nutr, 2009. 102(8): p. 1171-8.
8. Li, Y., et al., Effect of vitamin K2 on type 2 diabetes mellitus: A review. Diabetes Res Clin Pract, 2018. 136: p. 39-51.
9. Beulens, J.W., et al., Dietary phylloquinone and menaquinones intakes and risk of type 2 diabetes. Diabetes Care, 2010. 33(8): p. 1699-705.
10. Choi, H.J., et al., Vitamin K2 supplementation improves insulin sensitivity via osteocalcin metabolism: a placebo-controlled trial. Diabetes Care, 2011. 34(9): p. e147.
11. Nagasawa, Y., et al., Vitamin K2 and serum cholesterol in patients on continuous ambulatory peritoneal dialysis. Lancet, 1998. 351(9104): p. 724.
12. Dam, V., et al., Association Between Vitamin K and the Metabolic Syndrome: A 10-Year Follow-Up Study in Adults. J Clin Endocrinol Metab, 2015. 100(6): p. 2472-9.
13. IPSOS. Brasileiros são os que mais ganharam peso durante a pandemia. 2021 [Acesso; Disponível em: https://www.ipsos.com/pt-br/brasileiros-sao-os-que-mais-ganharam-peso-durante-pandemia.
14. Knapen, M.H.J., K.M. Jardon, and C. Vermeer, Vitamin K-induced effects on body fat and weight: results from a 3-year vitamin K2 intervention study. Eur J Clin Nutr, 2018. 72(1): p. 136-141.
15. Knapen, M.H., et al., Association of vitamin K status with adiponectin and body composition in healthy subjects: uncarboxylated osteocalcin is not associated with fat mass and body weight. Br J Nutr, 2012. 108(6): p. 1017-24.
16. Shea, M.K., et al., Adulthood obesity is positively associated with adipose tissue concentrations of vitamin K and inversely associated with circulating indicators of vitamin K status in men and women. J Nutr, 2010. 140(5): p. 1029-34.
17. Tamura, T., et al., Serum leptin and adiponectin are positively associated with bone mineral density at the distal radius in patients with type 2 diabetes mellitus. Metabolism, 2007. 56(5): p. 623-8.
18. Kanazawa, I., et al., Serum undercarboxylated osteocalcin was inversely associated with plasma glucose level and fat mass in type 2 diabetes mellitus. Osteoporos Int, 2011. 22(1): p. 187-94.