Atualmente existem recomendações que sugerem a realização de pelo menos 30 minutos de atividade física por dia para uma melhor qualidade de vida, e, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), há evidências que mesmo quando realizada por menos tempo, a prática de exercícios pode diminuir o risco de câncer.

 

A atividade física é um comportamento que envolve os movimentos do corpo no dia a dia, ou seja, os feitos de maneira intencional. Assim, os movimentos involuntários, como respirar e fazer o coração bater, não são considerados. Além disso, a atividade física também engloba uma relação com a sociedade e com o ambiente no qual a pessoa está inserida, isto é, pode estar presente no lazer, nas tarefas domésticas ou no deslocamento para a escola ou para o trabalho1.

 

Adicionalmente, a atividade física pode ser classificada conforme sua intensidade, podendo ser:

  • Leve: exige mínimo esforço físico e causa pequeno aumento da respiração e dos batimentos cardíacos. Numa escala de 0 a 10, a percepção de esforço é de 1 a 4. Consegue-se respirar tranquilamente e conversar normalmente enquanto se movimenta ou, até mesmo, cantar uma música;2
  • Moderada: exige mais esforço físico, respiração mais acelerada e aumenta moderadamente os batimentos cardíacos. Numa escala de 0 a 10, a percepção de esforço é 5 e 6. Consegue-se conversar com dificuldade enquanto se movimenta e sem conseguir cantar;2
  • Vigorosa: exige um grande esforço físico, respiração muito acelerada e aumenta muito os batimentos cardíacos. Numa escala de 0 a 10, a percepção de esforço é 7 e 8. Não se consegue conversar enquanto se movimenta.2

 

A prática regular de atividade física é fundamental para a redução do risco de mortalidade prematura e é considerada uma estratégia de prevenção eficaz para, pelo menos, 25 doenças crônicas, inclusive o câncer3. Seus benefícios são decorrentes da melhora na circulação sanguínea, do fortalecimento do sistema imunológico, do controle de peso, da promoção da sensação de bem-estar e disposição, bem como da redução do estresse e do cansaço4.

 

No que se refere ao câncer, a atividade física pode tanto prevenir como reduzir a mortalidade em sobreviventes do câncer. Em adultos e idosos, atividade física de intensidade moderada a vigorosa reduz o risco de câncer de mama e cólon; e, possivelmente, de câncer de pulmão. Assim, para a prevenção desses tipos de cânceres, recomenda-se que adultos e idosos pratiquem ao menos 150 minutos semanais de atividade física de intensidade moderada, ou, pelo menos, 75 minutos de atividade física de intensidade vigorosa, ou, ainda, uma combinação equivalente de atividades moderadas e vigorosas5.

 

Em sobreviventes do câncer de cólon, reto e mama, a atividade física de intensidade moderada a vigorosa realizada após o diagnóstico reduz o risco de mortalidade geral e específica por câncer, enquanto em sobreviventes do câncer de próstata, reduz o risco de mortalidade específica por câncer5. Assim, para aumentar a sobrevida de indivíduos com câncer de cólon, de reto, de mama e de próstata, a recomendação para tal é mesma para a prevenção dos cânceres, mencionada acima5, 6.

 

Dessa forma, os sobreviventes de câncer podem beneficiar-se da prática de atividade física logo após o diagnóstico da doença, durante todo o tratamento e por toda a vida. Essa prática pode atenuar diversos efeitos colaterais e morbidades decorrentes do câncer e de seu tratamento, como linfedema (acúmulo de líquidos com alta concentração de proteínas), fadiga e fraqueza, sintomas depressivos e ganho de peso, além de melhorar a qualidade de vida dos sobreviventes do câncer5, 6.

 

Em geral, a prática de atividade física para pacientes oncológicos é tolerável e segura, inclusive quando praticada durante o tratamento (quimioterapia, radioterapia, terapia hormonal ou outras). Contudo, apesar de ser considerada segura, é fundamental avaliar as contraindicações e particularidades de cada tipo de câncer, além dos possíveis efeitos adversos causados pelo tratamento. Por isso, procure um profissional de saúde para te orientar e supervisionar e comece agora mesmo a se movimentar5, 6!

 

Referências

  1. Saúde Md. Exercício Físico x Atividade Física: você sabe a diferença? 2021 [Available from: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-exercitar/noticias/2021/exercicio-fisico-x-atividade-fisica-voce-sabe-a-diferenca.
  2. SAÚDE MD. Guia de atividade física para a população brasileira. In: Saúde Pd, editor. 2021. p. 52.
  3. Warburton DER, Bredin SSD. Curr Opin Cardiol. 2017;32(5):541-56.
  4. de Camargo EM, Añez RR. Diretrizes da OMS para atividade física e comportamento sedentário: num piscar de olhos 2020 [Available from: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/337001/9789240014886-por.pdf?sequence=102&isAllowed=y#:~:text=Para%20sa%C3%BAde%20e%20bem%2Destar,dia%20para%20crian%C3%A7as%20e%20adolescentes.
  5. SBOC SBdOC. Atividade física e câncer: Recomendações para prevenção e controle. 2022. p. 57.
  6. Friedenreich CM, Stone CR, Cheung WY, Hayes SC. JNCI cancer spectrum. 2020;4(1):pkz080.

 

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