O câncer é a segunda principal causa de morte no mundo, perdendo apenas para doenças cardiovasculares. Alguns tipos de câncer vêm acompanhados de complicações severas e nem sempre o tratamento quimioterápico é viável. Por isso é necessário um diagnóstico precoce, somado a tratamentos eficazes e desenvolvimento de uma nova abordagem terapêutica para melhorar o prognóstico geral dos pacientes com câncer.
Um estudo experimental indicou que a vitamina K2, que é uma vitamina lipossolúvel, pode atuar como um potencial agente antitumoral, especialmente na supressão do carcinoma hepatocelular (HCC). Além desse tipo de câncer, um estudo de revisão científica também demonstrou efeito semelhante na diminuição da ocorrência de câncer de pulmão, pâncreas e próstata. Especificamente em relação ao câncer de próstata, um estudo de coorte realizado na Alemanha, com mais de 11 mil homens, com idade entre 40 e 65 anos, mostrou que uma maior ingestão de vitamina K2 pode estar associada à uma redução significativa desse tipo de câncer, mas ainda são estudos iniciais e são necessárias maiores investigações.
A combinação da vitamina K2 com outros agentes antitumorais pode atuar no tratamento de tumores, tal qual demonstrado em estudo experimental no qual o tratamento inicial foi realizado com administração de vitamina K2 somada ao medicamento Sorafenibe. Os autores observaram que essa combinação terapêutica se mostrou mais eficaz na redução do HCC do que o tratamento medicamentoso isolado.
Dessa forma, a utilização da vitamina K2 associada a quimioterápicos pode trazer melhores resultados no tratamento e prevenção do câncer, sendo capaz ainda de reduzir as reações adversas do tratamento medicamentoso, dada sua toxicidade limitada.
Sabe-se ainda que a população está vivendo mais, logo o número de casos de doenças crônicas não transmissíveis, como o câncer, também está crescendo, atingindo em sua maioria pacientes idosos. Sendo assim, a utilização da vitamina K2 como potencial agente antitumoral pode ser uma estratégia na prevenção e redução do número de casos de câncer no mundo, porém, são necessários mais estudos que comprovem sua eficácia.
Referências:
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