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Os cuidados com a mulher grávida são muitos, e a atenção para com a saúde hepática deve ser um deles. Nesse sentido, a colina é de extrema importância para cuidados tanto com a mulher quando com o bebê. Confira mais sobre esse nutriente e seus benefícios.

 

A colina é um nutriente essencial que desempenha um papel central em diversas vias metabólicas, atuando tanto na função quanto na estrutura celular, e pode ser encontrado livre na corrente sanguínea ou no interior das células1.

 

A colina é fundamental para a síntese de neurotransmissores, como a acetilcolina, para a sinalização da membrana celular por meio dos fosfolipídios (processos cruciais para a resposta cérebro-músculo), participa no transporte de lipídios (via lipoproteínas) e também tem importância na doação de grupos metil, ajudando a reduzir os níveis de homocisteína, uma molécula oxidativa que, em altos níveis, pode causar danos à saúde1.

 

Além disso, a colina possui propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e hepatoprotetoras, tornando-a essencial para a saúde do fígado2. No fígado, a colina atua no transporte e no direcionamento adequado de lipídios, prevenindo o acúmulo de gordura3. Estudos mostram que a ingestão de até 412 mg/dia de colina pode reduzir em até 32% o risco de desenvolvimento de gordura no fígado em mulheres, em comparação com aquelas que consomem menos de 179 mg/dia. Essa relação inversa entre o consumo de colina e o acúmulo de gordura no fígado reforça a importância desse nutriente para a hepatoproteção3, 4.

 

Colina e saúde hepática na gestação

 

O fígado utiliza grandes quantidades de colina, mas não consegue produzir níveis suficientes para o seu funcionamento, tornando necessário obtê-la por meio da dieta5. Contudo, a ingestão populacional deste nutriente está abaixo do recomendado, destacando a necessidade de suplementação6.

 

Durante a gravidez e a lactação, a demanda materna por colina aumenta significativamente devido ao transporte do nutriente da mãe para o bebê7, 8, o que pode esgotar os estoques maternos de colina e aumentar a suscetibilidade da mãe ao fígado gorduroso agudo e/ou a doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA)8.

 

Estudos clínicos que demonstrem a ausência de colina na dieta de gestantes não são eticamente viáveis, pois a colina é um nutriente essencial. No entanto, estudos em modelos animais demonstram que a remoção total de colina da dieta aumenta os níveis de gordura acumulada no fígado das mães e da prole8.

 

Essencial para a saúde do bebê

 

A ingestão adequada de colina é essencial para a função hepática do feto e do bebê, devido ao seu papel no transporte lipídico e como componente das membranas celulares8, além de estar relacionada a uma menor incidência de defeitos de fechamento do tubo neural (DFTN) 9, 10, como espinha bífida e anencefalia11.

 

Dessa forma, organizações de saúde, incluindo a Sociedade Brasileira de Pediatria12, recomendam uma ingestão diária de 450 mg de colina para gestantes13. A colina, junto com as vitaminas do complexo B, também ajuda a controlar os níveis de homocisteína, o que reduz complicações gestacionais como pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, aborto espontâneo e desprendimento placentário4, 14, 15.

 

Suplementação necessária

 

Apesar da importância da colina, a maioria das mulheres grávidas e lactantes não atinge os níveis adequados desse nutriente por meio da dieta8. Nesse sentido, a suplementação e a educação nutricional são essenciais para assegurar a saúde hepática e o desenvolvimento adequado do feto e do bebê, prevenindo complicações a curto e longo prazo para a mãe e para a criança8.

 

Em resumo, a colina é um nutriente essencial que desempenha funções críticas na saúde metabólica e gestacional. A ingestão adequada de colina é crucial para a saúde hepática, para o desenvolvimento fetal e a prevenção de complicações gestacionais, destacando a necessidade de suplementação e políticas de saúde pública eficazes para garantir a ingestão suficiente deste nutriente vital.

 

 

Referências:

  1. Penry JT, Manore MM. International journal of sport nutrition and exercise metabolism. 2008;18(2):191-203.
  2. Zeisel SH, Da Costa KA, Franklin PD, Alexander EA, Lamont JT, Sheard NF, et al. FASEB J. 1991;5(7):2093-8.
  3. Yao ZM, Vance DE. The Journal of biological chemistry. 1988;263(6):2998-3004.
  4. Zeisel SH, Szuhaj BF. Choline, phospholipids, health, and disease.: The American Oil Chemists Society; 1998.
  5. Michel V, Yuan Z, Ramsubir S, Bakovic M. Exp Biol Med (Maywood). 2006;231(5):490-504.
  6. Keast DR. Washington, DC 2007.
  7. Zeisel SH. Int J Womens Health. 2013;5:193-9.
  8. Obeid R, Schön C, Derbyshire E, Jiang X, Mellott TJ, Blusztajn JK, et al. Nutrients. 2024;16(2).
  9. Shaw GM, Carmichael SL, Yang W, Selvin S, Schaffer DM. American journal of epidemiology. 2004;160(2):102-9.
  10. Fisher MC, Zeisel SH, Mar MH, Sadler TW. FASEB J. 2002;16(6):619-21.
  11. Greene ND, Copp AJ. Annu Rev Neurosci. 2014;37:221-42.
  12. Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de Alimentação – orientações para alimentação do lactente ao adolescente, na escola, na gestante, na prevenção de doenças e segurança alimentar. Departamento Científico de Nutrologia. 4ª edição. São Paulo2018.
  13. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Ministério da Saúde. 2018;144(1):141.
  14. Gaiday AN, Tussupkaliyev AB, Bermagambetova SK, Zhumagulova SS, Sarsembayeva LK, Dossimbetova MB, et al. Chemico-biological interactions. 2018;293(293):70-6.
  15. Qiu X, Gao F, Qiu Y, Bao J, Gu X, Long Y, et al. J Matern Fetal Neonatal Med. 2018;31(20):2673-7.

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