No dia de hoje, 31 de março, celebramos o Dia da Saúde e Nutrição, conforme calendário oficial do Ministério da Saúde brasileiro. Nesta data, aproveitamos para reforçar a importância da nutrição na viabilização e manutenção de uma vida saudável.
Em tempos modernos, de rotinas agitadas, o fast food e os alimentos processados vêm ganhando cada vez mais espaço nas refeições do cotidiano. De fato, a dieta Ocidental é rica em gorduras saturadas, carboidratos e açúcares refinados e baixos níveis de fibras, de gorduras insaturadas e de antioxidantes. Estes alimentos são pobres nutricionalmente e altamente calóricos, o que compromete a obtenção de níveis ideais de minerais e de vitaminas, tão necessários para o organismo. Dessa forma, a dieta Ocidental tem sido relacionada com o desenvolvimento e a progressão de algumas doenças crônicas, como por exemplo a obesidade, a aterosclerose e o diabetes.
Os minerais e as vitaminas são elementos essenciais para o bom funcionamento do corpo humano, e ao contrário do que muitos pensam, a nutrição afeta não somente a saúde física, mas também a saúde mental. Os nutrientes desempenham as mais variadas funções, como a regulação do metabolismo, o fortalecimento do sistema imunológico, o fornecimento de energia, a melhora da função cognitiva e do humor, e a prevenção de distúrbios neurológicos.
Estes nutrientes essenciais, no entanto, não são produzidos pelo organismo e devem ser ingeridos através da alimentação. Contudo, ainda que se mantenha uma dieta balanceada e diversa, dificilmente é possível atingir os níveis diários recomendados de vitaminas e minerais de forma constante. Por exemplo, a ingestão diária recomendada (IDR) de magnésio para adultos é de 260 mg [1], o que equivale ao consumo diário de 52 ovos, ou ainda, 1.162 kg de brócolis cozido por dia [2], quantidade totalmente inviável de ser ingerida diariamente por diversos motivos.
No caso das crianças, o cenário se repete e merece ainda mais atenção, visto que deficiências nutricionais na infância podem causar prejuízos irreversíveis, como é o caso do zinco [3, 4]. Estudos com crianças brasileiras mostram que a prevalência de deficiência desse mineral varia de 16,2% a 11,2%, caracterizando um problema de saúde pública [5].
O zinco é um mineral amplamente distribuído pelo corpo e está envolvido em diversas funções enzimáticas e hormonais. Sua deficiência, mesmo que moderada, pode levar ao déficit de crescimento, distúrbios neurológicos, aumento do quadro de diarreia, comprometimento da função imune, retardo do processo de cicatrização, doenças de pele, e anorexia [6, 7]. A IDR de zinco para crianças de 4 a 6 anos é de 5,1 mg, o que equivale ao consumo diário de 720 g de feijão cozido, ou 1.172 L de leite integral [5, 7].
Como o consumo das doses diárias recomendadas é dificilmente atingível apenas através da dieta, os suplementos alimentares auxiliam no aporte nutricional adequado, evitando a incidência de deficiências e, por conseguinte, de doenças relacionadas com esse quadro. Estudos clínicos têm demonstrado que a suplementação nutricional traz benefícios à saúde, auxiliando no desenvolvimento cognitivo, corporal e na reversão de alguns sintomas clínicos. Um estudo conduzido com crianças de 12 e 30 meses de idade verificou que a suplementação com 10 mg de zinco/dia levou ao aumento progressivo no ganho de estatura e, após 15 meses de suplementação, os meninos cresceram 1 cm a mais em comparação àqueles que receberam placebo [8]. Esses resultados validam a importância da suplementação durante a infância para a garantia de um desenvolvimento saudável.
Logo, os suplementos alimentares representam um meio fácil, acessível e seguro de alcançar e manter níveis adequados de nutrientes no organismo, uma vez que complementam possíveis carências nutricionais, assim como evitam o desenvolvimento de doenças causadas pela deficiência nutricional, proporcionando uma vida mais saudável.
Produzido por: Pietra Sacramento Prado, BSc e Carolina Parga Martins Pereira, PhD
Referências
1. ANVISA, RDC Nº 269, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005, in Ministério da Saúde Brasil. 2005: Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
2. Monteiro, T.H. and H. Vannucchi, Funções Plenamente Reconhecidas de Nutrientes: Magnésio. ILSI Brasil International Life Sciences Institute do Brasil, 2010. 16.
3. Horton, S., et al., Micronutrient supplements for child survival (vitamin A and zinc). Copenhagen Consensus, 2008.
4. Young, G.P., et al., Zinc deficiency in children with environmental enteropathy-development of new strategies: report from an expert workshop. Am J Clin Nutr, 2014. 100(4): p. 1198-207.
5. FIOCRUZ. Carências nutricionais: Vitamina A e Zinco. Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente 2019 [Acesso 22/03/2021]; Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-crianca/carencias-nutricionais-vitamina-a-e-zinco/.
6. Bhatnagar, S. and U.C. Natchu, Zinc in child health and disease. Indian J Pediatr, 2004. 71(11): p. 991-5.
7. Cominetti, C. and S.M.F. Cozzolino, Zinco. Série de publicações ILSI Brasil : funções plenamente reconhecidas de nutrientes 2009.
8. Allen, L. H., Nutritional influences on linear growth: a general review. Eur J Clin Nutr, 1994. 48 1: p. S75-89.
9. Cordain, L., et al., Origins and evolution of the Western diet: health implications for the 21st century. Am J Clin Nutr, 2005. 81(2): p. 341-54.