O que são as GORDURAS TRANS?
As gorduras trans podem ser formadas de duas maneiras:
• NATURAL: a partir da fermentação de bactérias em ruminantes (sendo encontrada em quantidades insignificantes na carne e no leite);
• ARTIFICIAL: a partir da hidrogenação de óleos vegetais (processo que confere consistência sólida ou semissólida a óleos líquidos).
As gorduras trans foram adicionadas aos alimentos com o intuito de dar mais sabor, melhorar a consistência e prolongar o prazo de validade. Estão presentes em diversos alimentos industrializados, como: biscoitos, sorvetes cremosos, tortas, pão francês, folhados, pão de queijo entre outros.
EFEITOS NOCIVOS À SAÚDE
Atualmente a população brasileira vive um processo de transição nutricional em que a desnutrição e as deficiências de nutrientes coexistem com as doenças crônicas não transmissíveis (diabetes, doenças cardiovasculares, câncer) e o excesso de peso.
Nos últimos anos, tem sido observada uma mudança no padrão alimentar da população, o qual apresenta um consumo elevado de alimentos industrializados ricos em gorduras e açúcares.
Estudos mostram claramente que o consumo de gorduras trans é prejudicial à saúde por aumentar o risco de doenças cardiovasculares. Por isso, é importante difundir o conhecimento a respeito desse tema, a fim de reduzir as taxas desses eventos no país.
CONSUMO DE GORDURAS TRANS
Diversos lugares do mundo têm trabalhado com a finalidade de banir as gorduras trans dos alimentos. No Brasil, em 2003, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) incluiu a notificação da presença de gordura trans nos alimentos como item obrigatório na rotulagem nutricional dos alimentos industrializados comercializados no Brasil.
Segundo a resolução RDC nº 360, de 23 de dezembro de 2003, produtos que contenham ácidos graxos trans em quantidade menor ou igual a 0,2 g por porção podem ser notificados como zero trans. Entretanto, é importante esclarecer que, embora a porção apresente-se como isenta de trans, não necessariamente está assegurado que o produto tenha sido produzido sem essa gordura.
Referências
PROENÇA, R.P. C.; SILVEIRA, B. M. Recomendações de ingestão e rotulagem de gordura trans em alimentos industrializados brasileiros: análise de documentos oficiais. Revista de Saúde Pública, v. 46, n. 5, p. 923-928, 2012.
SANTOS R.D., Gagliardi A.C.M., Xavier H.T., Magnoni C.D., Cassani R ., Lottenberg A.M. et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz sobre o consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular. Arq Bras Cardiol. 2013;100 (1Supl.3):1-40.