Impactos do aquecimento global na concentração de ômega-3 em algas.

 

Os impactos do aquecimento global na concentração de ômega-3 estão chamando a atenção de especialistas em saúde e sustentabilidade. As mudanças climáticas afetam diretamente os ecossistemas marinhos, reduzindo a produção de ômega-3 em algas e peixes, fundamentais para a saúde humana.

 

O aquecimento global tem provocado impactos significativos nos ecossistemas marinhos, influenciando tanto a biodiversidade quanto a qualidade nutricional dos recursos aquáticos1, 2. Entre os nutrientes de maior relevância estão os ácidos graxos ômega-3, como o ácido eicosapentaenoico (EPA) e o docosahexaenoico (DHA), essenciais para a saúde humana2-6. Algas marinhas e peixes, especialmente os de água fria, são fontes primárias desses compostos. Contudo, as alterações climáticas podem comprometer a concentração de ômega-3 nesses organismos, com implicações diretas na cadeia alimentar e na saúde humana2.

 

A importância das microalgas e o impacto do aquecimento global

As microalgas são os principais produtores de ômega-3 nos ambientes marinhos2, 7, 8. Elas convertem nutrientes inorgânicos em compostos orgânicos, servindo de base para a transferência de ômega-3 na cadeia trófica2, 7, 8. No entanto, o aumento da temperatura dos oceanos pode alterar a fisiologia dessas microalgas, reduzindo sua capacidade de síntese de ácidos graxos2, 9. A acidificação do oceano, outro efeito do aquecimento global, também afeta negativamente a composição bioquímica das algas, com menor produção de lipídios essenciais9.

 

Além disso, estudos recentes indicam que a disponibilidade de nutrientes, como nitrato e fosfato, está diminuindo em regiões impactadas pelo aquecimento global1, 2. Essa redução de nutrientes compromete o crescimento e a eficiência fotossintética das algas, agravando a queda na produção de ômega-31, 2, 10. Assim, as alterações ambientais influenciam diretamente a qualidade nutricional da base alimentar dos ecossistemas marinhos1, 10.

 

O consumo de microalgas pelos animais marinhos

Os peixes obtêm ômega-3 ao consumir microalgas ou organismos intermediários na cadeia alimentar, como zooplânctons10. As mudanças climáticas afetam o metabolismo desses organismos e, consequentemente, o teor de ácidos graxos nos tecidos dos peixes2, 10. O artigo de Garzke et al. (2023) destaca que juvenis de salmão Chinook apresentam redução no crescimento e na sobrevivência em cenários de aumento de temperatura e diminuição da qualidade alimentar10. Esse efeito é agravado pela diminuição de ômega-3 nas presas desses peixes, indicando um impacto cumulativo na cadeia alimentar10.

 

Além disso, o estresse térmico e a hipóxia, mais frequentes em ambientes aquáticos devido ao aquecimento global, podem prejudicar o metabolismo dos peixes1, 10. A capacidade de armazenamento de lipídios, incluindo ômega-3, é reduzida em condições de maior temperatura2, 10. Isso não apenas compromete o valor nutricional dos peixes para o consumo humano, mas também afeta sua eficiência reprodutiva e sobrevivência1, 10.

 

O impacto na nutrição humana

A redução nos teores de ômega-3 em peixes pode ter consequências significativas para a saúde humana, especialmente em populações que dependem de frutos do mar como fonte primária desses nutrientes. Estudos associam o consumo de ômega-3 a benefícios cardiovasculares, neurológicos e anti-inflamatórios3-6, 11-13. Uma diminuição na disponibilidade desses ácidos graxos pode agravar deficiências nutricionais, aumentando os riscos de doenças crônicas3, 4, 6.

 

O aquecimento global está redefinindo a dinâmica dos ecossistemas marinhos, afetando a produção e a concentração de ômega-3 em algas e peixes. Novos estudos são cruciais para compreender os impactos dessas mudanças no crescimento e na sobrevivência de espécies-chave10. Além disso, é essencial promover ações de conservação e inovações tecnológicas que garantam a sustentabilidade dos recursos marinhos e a segurança alimentar global.

 

 

Referências

  1. Abirami B, Radhakrishnan M, Kumaran S, Wilson A. The Science of the total environment. 2021;791:147905.
  2. Schmidt K, Graeve M, Hoppe CJM, Torres-Valdes S, Welteke N, Whitmore LM, et al. Global change biology. 2024;30(1):e17090.
  3. Mori TA. Fitoterapia. 2018;126:8-15.
  4. Mori TA. Fitoterapia. 2017;123:51-8.
  5. Calder PC. Biochemical Society transactions. 2017;45(5):1105-15.
  6. Khan I, Hussain M, Jiang B, Zheng L, Pan Y, Hu J, et al. Prog Lipid Res. 2023;92:101255.
  7. Yang Y, Du L, Hosokawa M, Miyashita K. Journal of oleo science. 2020;69(10):1181-9.
  8. Yao L, Gerde JA, Lee SL, Wang T, Harrata KA. Journal of agricultural and food chemistry. 2015;63(6):1773-87.
  9. Xie L, Macken A, Johnsen B, Norli M, Segtnan Skogan OA, Tollefsen KE. Marine environmental research. 2022;179:105670.
  10. Garzke J, Forster I, Graham C, Costalago D, Hunt BPV. Marine environmental research. 2023;191:106171.
  11. Rao AS, Nair A, Nivetha K, Ayesha B, Hardi K, Divya V, et al. Methods in molecular biology (Clifton, NJ). 2024;2761:209-29.
  12. Jalili M, Hekmatdoost A. Nutrition. 2021;85:111070.
  13. Calder PC. J Nutr. 2012;142(3):592s-9s.

 

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