Problemas de saúde mental têm se tornado cada vez mais comuns em todo o mundo. Dentre esses problemas, se destaca a ansiedade. Considerada o mal do século, ela pode se manifestar de várias formas, como mal-estar, preocupação, medo ou pânico.
A ansiedade atinge mais de 260 milhões de pessoas. De acordo com a Anxiety and Depression Association of America, somente o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) afeta cerca de 6,8 milhões de adultos. Outros transtornos de ansiedade incluem transtornos de pânico e fobias.
Vale notar que o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas: 9,3% da população (18,6 milhões de brasileiros), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ainda, novos dados mostram que 86% dos brasileiros sofrem com algum transtorno mental, como ansiedade e depressão.
Não bastasse isso, a pandemia de COVID-19 tem aumentando a prevalência do problema: uma pesquisa feita pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) que ouviu 1.996 pessoas maiores de 18 anos de idade revelou que 80% da população brasileira tornou-se mais ansiosa durante a pandemia.
As opções de tratamento para transtornos de ansiedade incluem terapia, medicamentos ou uma combinação de ambos. Alguns suplementos nutricionais também podem ajudar no combate à ansiedade.
De fato, um estudo de 2018 relatou que os suplementos multivitamínicos podem beneficiar pessoas que têm transtornos de humor, como a ansiedade. Da mesma forma, um estudo de 2019 descobriu que um suplemento que continha vitaminas do complexo B e C, cálcio, zinco e magnésio diminuiu significativamente a ansiedade em jovens adultos.
Magnésio: um mineral essencial
Dentre os nutrientes mencionados, o magnésio se destaca como um mineral essencial para o funcionamento adequado de quase todos os sistemas do corpo humano, com vários estudos que comprovam o seu importante papel na ansiedade.
Do ponto de vista neurológico, o magnésio desempenha um papel essencial na transmissão nervosa e na condução neuromuscular. Ele também tem um papel protetor contra a excitação excessiva dos neurônios, que pode levar à morte dessas células, processo esse que tem sido implicado em vários distúrbios neurológicos. Devido a essas importantes funções no sistema nervoso, o magnésio é um mineral com potencial para a prevenção e tratamento de distúrbios neurológicos, com diversos estudos sugerindo um papel protetor do mineral na ansiedade, enxaqueca, depressão, dor crônica e derrame cerebral.
Em relação à ansiedade, essa foi associada ao baixo status de magnésio no organismo, levando à proposição de que a suplementação com o mineral poderia atenuar os seus sintomas. De fato, uma revisão sistemática de 2017 publicada na revista científica internacional Nutrients analisou os resultados de 18 estudos clínicos diferentes e concluiu que a suplementação de magnésio pode melhorar a ansiedade em pessoas vulneráveis à doença. Ainda, um estudo de revisão de 2016 relatou que pessoas com ansiedade relacionada à síndrome pré-menstrual se beneficiaram com o uso de suplementos de magnésio.
Por que suplementar com magnésio?
O magnésio pode ser encontrado em diversos alimentos comumente encontrados na nossa dieta, como: trigo, espinafre, quinoa, amêndoas, chocolate amargo e feijão. No entanto, muitos desses alimentos são ricos no antinutriente fitato, conhecido por se ligar aos minerais e, dessa forma, impedir que sejam absorvidos.
Além disso, não é tão simples obter a quantidade diária de magnésio recomendada pela Anvisa (260 mg/dia para adultos) somente através da dieta. Apesar da importância do mineral para a redução da ansiedade, existe uma carência significativa do seu consumo na população. Segundo um estudo realizado para avaliar o consumo de minerais na dieta brasileira, a ingestão de magnésio varia entre deficiente e limítrofe, dependendo da região do país. Sendo assim, sua suplementação é essencial.
A fonte de magnésio importa
A seleção da fonte de magnésio na suplementação nutricional deve ser bastante criteriosa devido aos efeitos indesejados provocados por esse mineral quando proveniente de compostos de baixa absorção. Sais de magnésio, como o sulfato e o hidróxido, são usados na prática clínica como laxativos osmóticos. Devido à baixa absorção desses compostos, o magnésio produz uma carga osmótica, “atraindo” volumes aumentados de líquido na luz do intestino, causando distensão, purgação e diarreia em cerca de uma hora.
A escolha da fonte mineral é determinante para a eficácia e segurança da suplementação. Minerais aminoácidos quelatos apresentam características únicas, devido ao processo de ligação entre o mineral e o aminoácido, que garantem uma alta biodisponibilidade e uma absorção 3 a 8 vezes maior do que a dos minerais inorgânicos. Além disso, apresentam diminuição ou até mesmo ausência de efeitos colaterais no trato gastrointestinal comumente observadas com os sais minerais comuns. Dessa forma, a escolha de uma fonte de magnésio inadequada pode tornar a suplementação inviável.
Produzido por: Andrea Rodrigues Vasconcelos, PhD
Referências:
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