Nos últimos anos, observou-se um aumento exponencial da preocupação e de cuidados com a saúde pela população em geral, em especial após a pandemia da COVID-19. Essa mudança de comportamento gerou uma maior demanda na busca por formas alternativas de cuidados com a saúde, que fogem dos padrões médicos convencionais, buscando-se uma abordagem de tratamento que abranja a saúde de forma integral (corpo, mente e espírito) 1.
Nesse sentido, a Medicina Integrativa (MI), apresentou-se como uma nova forma de tratamento, que veio para preencher a lacuna da saúde tradicional. De acordo com o Ministério da Saúde, o termo “medicina integrativa” consiste em um modelo de saúde que propõe a combinação das medicinas convencional, tradicional e complementar, sem hegemonia entre elas 2. Neste modelo, as diferentes medicinas têm a mesma importância e são utilizadas conforme a necessidade de cada caso, adotando diferentes abordagens de cuidado considerando as necessidades do usuário, as possibilidades de oferta, bem como segurança, eficácia e efetividade das práticas terapêuticas 2. Dentre as Práticas Integrativas e Complementares (PICs) da medicina integrativa encontramos algumas modalidades como naturopatia, aromaterapia, fitoterapia, shiatsu, reflexologia, osteopatia, massoterapia, ioga, meditação, quiropraxia, ayurveda, Reiki, entre outras, como a homeopatia e a acupuntura, que são regulamentadas como especialidades médicas no Brasil, e a modulação nutricional, como a utilização de suplementos alimentares 1, 2
Os benefícios observados com a utilização das PICs incluem a prevenção de doenças, o tratamento de doenças crônicas que não respondem bem ao tratamento médico ocidental e a otimização da saúde física, mental e emocional 3.
No Brasil, o aumento da demanda por esses serviços motivou a implementação, em 2006, da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), que normatizou e regularizou a prática da MI no País 1. Na prática, isso se reflete na oferta e disponibilização de algumas modalidades da MI de forma gratuita através do Sistema Único de Saúde (SUS) 1. De fato, em 2017, 8.200 Unidades Básicas de Saúde (UBS) ofertaram alguma das PICs, o que corresponde a 19% desses estabelecimentos 1, 2.
Apesar da disponibilização gratuita do serviço, grande parte da população ainda desconhece tais recursos e práticas, e ainda enfrentam, por vezes, a resistência da comunidade médica convencional no momento da recomendação desses serviços. Contudo, as modalidades de medicina integrativa têm sua comprovação de segurança e eficácia clínica há décadas, sendo legitimada e reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 2014 2. Logo, se deseja obter mais informações sobre a medicina integrativa e como ter acesso a esses recursos, procure a UBS mais próxima ou consulte seu médico.
Produzido por: Pietra Sacramento Prado, BSc.
Referências:
- Kracik M.L.A., Pereira P.M.B., Iser B.P.M. Saúde em Debate [online]. 2019;43(123):1095-1105.
- Ministério da Saúde Brasil. Brasília, DF: Secretaria de Atenção à Saúde. 2018.
- Cruz M.Z. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). 2018.