No Brasil, paralelamente ao envelhecimento da população, observa-se o aumento da longevidade e a diminuição da fecundidade. De fato, ao longo dos anos, a fecundidade é um dos componentes demográficos que tem sofrido grande alteração. Sua queda pode ser observada desde a década de 1970. Para dimensionar melhor, entre 1950 e 1960 a taxa de fecundidade girava em torno de 6,20 filhos por mulher, hoje esse índice é de 1,77.
Apesar da diminuição da fecundidade, observa-se um aumento da orientação para realização do acompanhamento pré-natal. Porém, mesmo com o novo cenário de divulgação, é visível que os cuidados necessários ainda são frequentemente negligenciados, acarretando doenças e óbitos tanto da gestante como do feto. Globalmente, enquanto 86% das mulheres grávidas têm acesso a cuidados pré-natais com profissionais de saúde qualificados, pelo menos uma vez durante toda gestação, apenas cerca de três em cinco (62%) passam por, no mínimo, quatro consultas de pré-natais.
Uma nova série de recomendações para melhoria da qualidade da atenção pré-natal foi publicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de reduzir o risco de óbitos e complicações na gravidez, além de proporcionar às mulheres uma experiência positiva da gestação. Estima-se que, em 2015, 303 mil mulheres morreram por causas relacionadas à gravidez; 2,7 milhões de bebês morreram durante os 28 primeiros dias de vida e 2,6 milhões de bebês eram natimortos (quando o feto morre dentro do útero materno).
A forma mais eficaz de evitar a mortalidade é proporcionar cuidados de qualidade durante a gravidez e o parto. Dessa forma, o acompanhamento pré-natal é uma oportunidade para os profissionais de saúde oferecerem cuidado, apoio e informação para a gestante. Isso inclui a orientação para a adoção de um estilo de vida saudável, suplementações dietéticas necessárias, bem como o diagnóstico e a prevenção de doenças.
Além disso, atualmente são comprovados cientificamente os benefícios da suplementação de diversos nutrientes que, por diferentes motivos, não são ingeridos na quantidade recomendada através da alimentação. Isso se reflete na gravidez, principalmente por conta da alta demanda nutricional necessária para o desenvolvimento correto do feto e para a saúde da gestante. Porém deve-se atentar ao valor do consumo máximo seguro de cada alimento para que não sejam observados efeitos colaterais pelo excesso de algum nutriente, tornando de fundamental importância a orientação e acompanhamento da gestante por um profissional da saúde capacitado.
Referências:
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeção da População do Brasil, 2018.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Uma análise dos resultados do Censo Demográfico, 2010.
Organização Pan-Americana de Saúde, 2016.
UNICEF global databases. Demographic and Health Surveys (DHS) and other nationally representative sources, 2016.