A colina é um nutriente essencial para todas as fases da vida, principalmente durante o desenvolvimento fetal, onde atua no desenvolvimento do cérebro do bebê e na formação das células nervosas fetais. De fato, a ingestão de colina pela mãe durante a gestação influencia significativamente a estrutura e funções das vias colinérgicas do sistema nervoso central da prole, promovendo efeitos positivos no desenvolvimento cognitivo do mesmo que são verificados ao longo da vida 1-4.

 

De acordo com publicações recentes, o maior consumo de colina por gestantes pode atenuar o impacto negativo que infecções virais, incluindo a COVID-19, podem ter sobre seus bebês 5.

 

Os quadros de infecções virais maternas não estão relacionados diretamente com infecções no feto, porém podem aumentar significativamente o risco da criança desenvolver doenças mentais, incluindo autismo, transtorno de déficit de atenção e até mesmo esquizofrenia 6-9. O mecanismo de ação parece envolver os efeitos negativos da resposta inflamatória à infecção viral da gestante sobre o feto e a placenta, onde a colina já se mostrou eficaz em diminuir os níveis de marcadores inflamatórios no cérebro fetal 10.

 

Um estudo publicado em 2019 verificou que níveis mais altos de colina pré-natal poderiam ajudar a proteger o cérebro em desenvolvimento do feto, mesmo que a mãe contraia uma infecção respiratória viral no início da gravidez (<16 semanas), um período de vulnerabilidade para o desenvolvimento fetal 11. Neste estudo, as mães que contraíram algum tipo de infecção apresentaram maiores níveis de proteína C reativa, o que indicou que as infecções foram responsáveis por um processo inflamatório.

 

Aos 3 meses, os bebês de mães que contraíram infecção viral e apresentaram níveis séricos gestacionais de colina mais altos apresentaram um maior desenvolvimento da sua capacidade de manter a atenção e de se relacionar com os pais, quando comparados com bebês cujas mães haviam contraído infecção viral, mas tinham níveis mais baixos de colina.

 

Dessa forma, o consumo de colina durante o período pré-natal demonstra ter potencial na proteção de danos causados por processos infecciosos maternos, sendo importante para garantir um neurodesenvolvimento saudável.

 

É importante ressaltar que, no Brasil, a ingestão diária recomendada da colina é de 450 mg/dia para gestantes 12, entretanto, um estudo conduzido com gestantes brasileiras mostrou que a ingestão diária média de colina foi 281,1 mg 13, ou seja, o equivalente a 62% da IDR, abaixo do recomendado para o grupo. Esses fatos ressaltam a importância da suplementação deste nutriente essencial não só para as gestantes, mas para a população como um todo.

 

Produzido por: Pietra Sacramento Prado, BSc.

 

Referências

  1. Zeisel S.H. J Pediatr. 2006;149(5 Suppl):S131-136.
  2. Li Q., Guo-Ross S., Lewis D.V., Turner D., et al. J Neurophysiol. 2004;91(4):1545-1555.
  3. Meck W.H., Smith R.A., Williams C.L. Dev Psychobiol. 1988;21(4):339-353.
  4. Meck W.H., Smith R.A., Williams C.L. Behav Neurosci. 1989;103(6):1234-1241.
  5. Germano C., Messina A., Tavella E., Vitale R., et al. Nutrients. 2022;14(16).
  6. Brown A.S., Derkits E.J. Am J Psychiatry. 2010;167(3):261-280.
  7. Mann J.R., McDermott S. J Atten Disord. 2011;15(8):667-673.
  8. Werenberg Dreier J., Nybo Andersen A.M., Hvolby A., Garne E., et al. J Child Psychol Psychiatry. 2016;57(4):540-548.
  9. Ginsberg Y., D’Onofrio B.M., Rickert M.E., Class Q.A., et al. J Child Psychol Psychiatry. 2019;60(2):160-168.
  10. Ross R.G., Hunter S.K., Hoffman M.C., McCarthy L., et al. Am J Psychiatry. 2016;173(5):509-516.
  11. Freedman R., Hunter S.K., Law A.J., Wagner B.D., et al. J Pediatr. 2019.
  12. ANVISA. RDC Nº 269, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005. Ministério da Saúde Brasil. Vol Agência Nacional de Vigilância Sanitária2005.
  13. Gomes C.B., Vasconcelos L.G., Cintra R., Dias L., et al. Cien Saude Colet. 2019;24(6):2293-2306.

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