A cicatrização de feridas é um processo complexo e coordenado que envolve controle microbiano e reparo de tecidos. Produtos tópicos podem ser usados para preparar a região da ferida para a cicatrização ou para controlar a carga microbiana. Os suplementos nutricionais podem auxiliar os processos fisiológico e imunológico envolvidos na cicatrização.
A resposta à lesão envolve:
1. Hemostasia: formação de barreira por meio da coagulação do sangue;
2. Inflamação local aguda, que aumenta a permeabilidade vascular e a migração de células imunes para o local da lesão;
3. Proliferação celular: os fibroblastos se multiplicam para produzir tecido de granulação formado por tecido conjuntivo, novos vasos sanguíneos e fibras de colágeno tipo I;
4. Maturação: as fibras de colágeno são remodeladas em fibras de colágeno tipo III, mais fortes e associadas ao tecido de cicatrização, fechando a ferida.
De janeiro de 2015 a junho de 2020, a maioria dos suplementos com alegações de suporte à cicatrização de feridas foram posicionados como produtos para saúde imunológica. A saúde da pele foi a segunda subcategoria de posicionamento mais comum.
O ingrediente mais comumente utilizado nesses suplementos é a vitamina C, devido à sua função antioxidante e ao seu papel como um cofator essencial na formação de colágeno. Outros ingredientes declaram manter a saúde celular, promover a saúde imunológica, fornecer atividade antioxidante e auxiliar as funções metabólicas e a resposta inflamatória saudável (Innova Insights).
A astaxantina natural promove a função imunológica
Park et al. publicaram um estudo clínico em que a suplementação com 8mg/dia de astaxantina natural aumentou a proliferação das células B e T e a atividade das células NK. A astaxantina também aumentou o fluxo sanguíneo capilar e apresentou propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. A atividade antioxidante da astaxantina contra o oxigênio singlete, uma espécie reativa de oxigênio, é 6000 vezes mais potente do que a da vitamina C. A astaxantina protege as membranas celulares e apresenta uma função complementar à da vitamina C, já que que esta protege as porções aquosas da célula.
Os antioxidantes dietéticos podem promover as funções imunológica e de cicatrização, atenuando as consequências prejudiciais ao tecido decorrentes do estresse oxidativo. Estudos pré-clínicos sugerem que a astaxantina pode auxiliar a cicatrização de feridas quando administrada por via tópica ou oral, dessa forma ela se mostra como uma boa possibilidade de adição aos produtos atuais que contêm vitamina C e são destinados ao suporte de cicatrização.
Acomodação em 30 – 45 anos com Astaxantina AstaReal®
Embora a presbiopia funcional, geralmente, ocorra em pessoas com 40 anos ou mais, a presbiopia prematura tem sido reportada em indivíduos com idade entre 25 e 40 anos. Nagaki et al. (2006) publicaram um estudo duplo-cego, randomizado, controlado por placebo, com 48 trabalhadores (idade entre 30 e 45 anos) que utilizavam o computador e se queixavam de fadiga ocular diária. Esses indivíduos foram suplementados com 6mg/dia de Astaxantina AstaReal® ou placebo (n=23) durante 4 semanas. A amplitude da acomodação dos participantes foi medida na semana anterior à suplementação e após 4 semanas. O grupo suplementado com AstaReal® apresentou um aumento significativo na amplitude de acomodação (4,69±1,17 D) depois de 4 semanas, quando comparado com o grupo placebo (4.03±1.12 D) (p<0,05), conforme mensurado por D’Acomo (p<0,05).
Em 2010, Nagaki et al. conduziram um estudo duplo-cego, randomizado, controlado por placebo, com 82 trabalhadores que utilizavam computador (idade entre 30-45 anos). Esses indivíduos foram suplementados com 9 mg/dia de astaxantina AstaReal® (n=42) ou com placebo (n=40) por 4 semanas. Dos participantes que relataram cansaço visual de moderado a grave antes da suplementação, 62% dos indivíduos do grupo AstaReal® e somente 15% do grupo placebo relataram uma melhora nos seus sintomas após 4 semanas. Esse resultado representa uma significativa melhora no grupo AstaReal® em comparação com o grupo placebo (p<0,05).
Estudo com astaxantina na cura da corda vocal humana
As cordas vocais são expostas a vibrações quase constantes, que podem causar danos estruturais na mucosa das pregas vocais. Kaneko et al. relataram o efeito da suplementação com 24 mg/dia de astaxantina AstaReal® no estresse das cordas vocais em 10 indivíduos saudáveis do sexo masculino (23-30 anos). Foram realizadas avaliações aerodinâmicas e acústicas da qualidade da voz após uma sessão de 60 minutos de sobrecarga vocal, antes e após quatro semanas de suplementação com astaxantina. Em relação aos resultados obtidos no início do estudo, a suplementação com AstaReal® melhorou significativamente alguns parâmetros, como a pressão limiar de fonação (PTP) e a frequência fundamental (shimmer e jitter) (p<0,05). A avaliação perceptivo-auditiva da qualidade vocal também mostrou melhora significativa na resposta à suplementação (p<0,01).
Mizuta et al. relataram que ratos com feridas nas cordas vocais que receberam 100 mg/kg por peso corpóreo de astaxantina apresentaram redução do estresse oxidativo no local da lesão e maior depósito de ácido hialurônico, que restaura a viscoelasticidade e reduz a rouquidão decorrente de cicatrizes nas cordas vocais. O grupo suplementado com astaxantina também apresentou aumento expressivo de procolágeno I e fator de crescimento de fibroblasto básico (bFGF), que auxiliam a cicatrização de feridas. Os autores concluíram que a astaxantina pode prevenir a cicatrização das pregas vocais ao regular o estresse oxidativo durante a fase inicial da cicatrização.
Estudos pré-clínicos de aplicações tópicas de astaxantina para cicatrização de feridas
Meephansan et al. relataram o efeito da aplicação de 78,9 µM de astaxantina tópica na cicatrização de feridas dérmicas em camundongos. As feridas tratadas com astaxantina mostraram uma cicatrização completa após 9 dias de uso, ao passo que o mesmo não foi observado no grupo controle até o dia 11. Os biomarcadores de cicatrização de feridas, procolágeno I (Col1A1) e bFGF, aumentaram significativamente no grupo tratado com astaxantina no terceiro dia de tratamento quando comparado com o grupo controle.
Utilizando um filme de hidrogel de colágeno contendo astaxantina, Veeruraj et al. observaram que a cicatrização de feridas dérmicas em ratos foi acelerada em comparação com o grupo controle, tratado com solução salina. A resistência à tração da ferida aumentou, a camada de epitélio ao redor da ferida (reepitelização) foi formada com mais rapidez e o conteúdo de hidroxiprolina (um marcador de colágeno) foi maior no grupo submetido à astaxantina em comparação com o controle (p <0,05).
Durante o processo de cicatrização, os queratinócitos movem-se em direção à superfície da ferida e preenchem o seu espaço. A proliferação e migração dos queratinócitos são essenciais para a reepitelização do tecido. Em um estudo in vitro usando queratinócitos humanos, Ritto et al. verificaram que a astaxantina promoveu a proliferação e migração dos queratinócitos mais rápido do que o grupo controle. Após 72 horas, a cicatrização completa da ferida foi concluída em células tratadas com astaxantina (1 µg / ml de astaxantina) em comparação com ~ 75% do grupo controle.
Suporte nutricional com AstaReal® para benefícios no organismo
Os radicais livres e os oxidantes desempenham um papel importante em muitas funções fisiológicas, incluindo a cicatrização de feridas. Entretanto, o acúmulo excessivo de radicais livres, que leva ao estresse oxidativo, pode prejudicar o tecido saudável e desacelerar o processo de cicatrização. Nos casos em que as enzimas antioxidantes endógenas estão sobrecarregadas, a suplementação nutricional com astaxantina AstaReal® pode promover o equilíbrio da oxirredução (redox). Em cremes ou pomadas, AstaReal® L10 ou AstaReal® CLEAR100 podem ser aplicadas em formulações à base de lipídeos ou de água, respectivamente.
Os estudos pré-clínicos atuais demonstram que ao reduzir o estresse oxidativo no início do processo de cicatrização, a astaxantina acelerou a cicatrização e reduziu a formação de cicatrizes. As propriedades imunomoduladoras e anti-inflamatórias da astaxantina também podem ter contribuído para esse cenário.
Referências:
1. Park et al. 2010. Nutr Metab (Lond). 7;18.
2. Kaneko et al. Journal of Voice, Vol. 31, No. 3, 2017.
3. Mizuta et al. Laryngoscope. 2014.124(1):E1-7.
4. Meephansan et al. Clin Cosmet Investig Dermatol. 2017.13;10:259-265.
5. Veeruraj et al. Mater Sci Eng C Mater Biol Appl. 2019. 95:29-42.
6. Ritto et al. Nutr Res Pract. 2017.11(4):275-280.