O câncer de próstata é uma doença com alta prevalência em homens da terceira idade, já que três quartos de todos os casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos, sendo assim, considerado um problema de saúde pública em vários países. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a segunda principal causa de morte entre o público masculino é o câncer de próstata, seguido apenas do câncer de pele do tipo não-melanoma. Estima-se que para cada ano do biênio 2018-2019, ocorram cerca de 68.220 novos casos.

A próstata é uma glândula masculina que possui função secretora, sendo responsável por produzir o líquido prostático. Esta glândula localiza-se imediatamente anterior ao reto e por isso, o exame de toque retal é utilizado na detecção de alterações prostáticas. Normalmente, a taxa de crescimento do câncer de próstata é lenta, entretanto, tem potencial para invadir órgãos vizinhos à próstata, como as vesículas seminais, bexiga ou reto. Os principais fatores de risco apontados na doença são a idade, histórico familiar e etnia. Outras variáveis como o tabagismo, obesidade e condições hormonais também vem sendo apontadas como possíveis fatores de risco, mas ainda sem dados concretos.

Fatores nutricionais também podem interferir no desenvolvimento do câncer de próstata, sendo que a deficiência em zinco vem se destacando nas pesquisas sobre o assunto. Esse mineral tem função amplamente distribuída em todos os sistemas do organismo, desde a embriogênese até a senescência, participando principalmente do sistema imunológico, desenvolvimento reprodutivo e divisão celular. Uma das regiões com maior concentração de zinco no corpo humano é a próstata, visto que esse mineral é um fator regulador chave no metabolismo intermediário das células da próstata, contribuindo nos processos de produção e secreção de citrato no líquido prostático, além de atuar na inibição da proliferação celular e na indução à morte celular (apoptose).

Tendo em vista sua importância nas células saudáveis da próstata, alterações na homeostase de zinco contribuem para o desenvolvimento e progressão do câncer. Uma revisão sistemática publicada em 2016 constatou que a concentração sérica de zinco em pacientes com câncer de próstata é significativamente menor quando comparada a pacientes com hiperplasia benigna da próstata ou aqueles que não possuem a doença.

Essa revisão também verificou que o zinco tem efeito protetor contra o câncer de próstata, pois inibe o crescimento das células malignas por meio da indução da parada do ciclo celular, bem como, pelo processo de apoptose.

Além disso, alguns estudos indicam que o zinco pode ser um grande aliado no tratamento contra o câncer de próstata, atuando como um adjuvante na terapia com o Paclitaxel (medicamento antineoplásico). A partir de testes in vitro, pesquisadores concluíram que o zinco foi capaz de sensibilizar células prostáticas cancerígenas a agentes citotóxicos, como o TNF-α (Fator de Necrose Tumoral) e o agente quimioterápico Paclitaxel, induzindo estas células à apoptose. De acordo com o ensaio, o TNF-α e o Paclitaxel isoladamente não seriam capazes de realizar este processo. Uma outra pesquisa também apontou que a deficiência de zinco pode diminuir a eficácia do tratamento com o Paclitaxel, alterando a resposta fisiológica ao medicamento. Tendo em vista isso, os autores sugerem que a suplementação de zinco pode ser uma boa estratégia para potencializar o tratamento oncológico e para corrigir os baixos níveis desse mineral durante a doença. Portanto, o zinco é um mineral de extrema relevância para a saúde da próstata especialmente para os homens a partir dos 45 anos de idade, uma vez que a redução dos seus níveis está relacionada ao desenvolvimento do câncer. Além disso, o zinco apresenta uma ação sinérgica com quimioterápicos durante o tratamento oncológico, potencializando os seus efeitos contra a progressão das células cancerígenas. Vale ressaltar que o diagnóstico precoce, por meio da realização de exames de toque retal e de dosagem de PSA, aumenta significativamente as chances de cura visto que possibilita intervenções efetivas no tratamento.

Referências:

Filho RTFe, Damião R. Câncer de próstata. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto. 2010;9 (Supl. 1):20-27.
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Tipos de Câncer: Próstata.
Rio de Janeiro; 2018. Disponível em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/prostata/definicao.
Acesso em 07 de novembro de 2018.
Sarris AB, Candido FJLF, Filho CRP, Staichak RL, Torrani ACK, Sobreiro BS. Câncer de próstata: uma breve revisão atualizada. Visão Acadêmica. 2018; 19 (1): 137-151.
Franz MC, Anderle P, Bürzle M, Suzuki Y, Freeman MR, Hediger MA et al. Zinc transporters in prostate câncer. Mol Aspects Med.2013; 34 (0): 735-741.
Gomes R, Rebello LEFS, de Araújo FC, do Nascimento EF. A prevenção do câncer de próstata: uma revisão da literatura. Ciênc. saúde coletiva. 2008; 13 (1): 235-246.
Cominetti C, Cozzolino SMF. Funções Plenamente Reconhecidas de Nutrientes: Zinco. 2.ed. São Paulo: International Life Sciences Institute do Brasil, 2009.
Zhao J, Wu Q, Hu X, Dong X, Wang L, Liu Q et al. Comparative study of serum zinc concentrations in benign and malignant prostate disease: A Systematic Review and Meta-Analysis. 2016; 6: 25778.
Zhang P, Li Y, Tang X, Guo R, Li J, Chen YY et al. Zinc enhances chemosensitivity to paclitaxel in PC‑3 prostate cancer cells. Oncol Rep. 2018; 40 (4): 2269-2277.
Uzzo RG, Leavis P, Hatch W, Gabai VL, Dulin N, Zvartau N. Zinc Inhibits Nuclear Factor-κB Activation and Sensitizes Prostate Cancer Cells to Cytotoxic Agents. Clin Cancer Res. 2002; 8 (11):3579-3583.
Killilea AN, Downing KH, Killilea DW. Zinc deficiency reduces paclitaxel efficacy in LNCaP prostate cancer cells.Cancer Letters. 2007; 258 (1):70-79.

Disclaimer

O conteúdo do site não se destina a diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença. Todas as informações são baseadas em evidências científicas, porém fornecidas apenas para fins informativos e com o objetivo de exercer uma comunicação business-to-business (B2B).

Disclaimer

The content of the website is not intended to diagnose, treat, cure or prevent any disease. All information is based on scientific evidence but provided for informational purposes only and with the aim of exercising business-to-business (B2B) communication.

Disclaimer

El contenido del sitio web no está destinado a diagnosticar, tratar, curar o prevenir ninguna enfermedad. Toda la información se basa en evidencia científica, pero se proporciona solo con fines informativos y con el objetivo de ejercer la comunicación de empresa a empresa.