As diferenças na susceptibilidade a uma doença entre os gêneros é uma informação muito útil que pode ser utilizada para desenvolver uma hipótese causal para a doença ou para definir os subgrupos de maior risco e, assim, definir ações preventivas.
Estudos epidemiológicos têm confirmado a diferença da ocorrência de câncer entre homens e mulheres e também têm demonstrado que homens, em geral, são mais propensos a desenvolver essa doença. Essa relação não é específica para determinada população, região ou país.
Em 2012, a International Agency for Research on Cancer (IARC) observou que, no mundo, dos 35 tipos de câncer pesquisados, 32 tinham maior incidência na população do sexo masculino. Nesse mesmo ano, verificou-se que os tipos de câncer mais incidentes no mundo foram os de pulmão (1,8 milhão), mama (1,7 milhão), intestino (1,4 milhão) e próstata (1,1 milhão). Nos homens, os mais frequentes foram os de pulmão (16,7%), próstata (15,0%), intestino (10,0%), estômago (8,5%) e fígado (7,5%). Em mulheres, as maiores frequências encontradas foram: mama (25,2%), intestino (9,2%), pulmão (8,7%), colo do útero (7,9%) e estômago (4,8%).
Segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva – INCA, a estimativa para o Brasil, no biênio 2016-2017, aponta a ocorrência de cerca de 600 mil novos casos de câncer. O câncer de próstata é o mais incidente entre os homens em todas as regiões do Brasil. Em 2013, houve 14 mil mortes e estima-se que, em 2016, haverá 61.200 novos casos dessa doença no País. Estudos mostram que homens que tiveram pai ou irmão diagnosticado previamente com a doença apresentam duas a três vezes mais chance de desenvolver essa neoplasia. O câncer de mama é o de maior incidência e maior mortalidade na população feminina em todo o mundo. No Brasil, com exceção da região norte e sem considerar os tumores de pele não melanoma, esse tipo de câncer é o primeiro mais frequente entre a população feminina. Estima-se que haverá 57.960 novos casos dessa doença em 2016. Prática de atividade física e alimentação saudável está associada a uma diminuição de aproximadamente 30% do risco de desenvolver essa neoplasia.
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Referências:
Brasil. Ministério da Saúde. Estimativa 2016: incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva – Rio de Janeiro: INCA, 2015.
Dorak, M. T., & Karpuzoglu, E. (2012). Gender differences in cancer susceptibility: an inadequately addressed issue. Front Genet, 3, 268.