A vitamina K2 (menaquinonas) tem ganhado cada vez mais espaço na prática clínica, devido a sua maior biodisponibilidade e por permanecer por mais tempo na circulação sanguínea, do que a tradicional vitamina K1, apresentando, dessa forma, maior potencial de aplicações e benefícios 1, 2.

 

Sua ação na saúde óssea e cardiovascular já está consolidada, o que está relacionado ao seu papel no aumento da massa óssea e diminuição da rigidez arterial 3. No entanto, a sua importância para outros órgãos e sistemas, o que inclui o endócrino, tem sido demonstrada por diversos estudos 3, 4.

 

O sistema endócrino consiste em um sistema complexo composto por glândulas responsáveis pela produção, liberação e direcionamento dos hormônios no organismo humano, regulando assim diversas funções e processos fisiológicos. Dentre essas funções está o controle do peso e da gordura corporal, parâmetros cruciais para o desenvolvimento de comorbidades crônicas como a diabetes tipo 2, a hipertensão e a síndrome metabólica.

 

A síndrome metabólica, em especial, é uma doença multifatorial que acomete cada vez mais pessoas em todo o mundo e tem como base a resistência à ação da insulina (hormônio responsável pelo metabolismo da glicose). Pessoas acometidas por essa condição tendem a apresentar, ainda, grandes quantidades de gordura abdominal e altos níveis de triglicerídeos, glicose e pressão sanguínea 5.

 

Nesse sentido, a ação da vitamina K2 no sistema endócrino tem apresentado resultados promissores, sendo sua suplementação correlacionada com a melhora da sensibilidade à insulina, redução do risco para desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2, controle glicêmico, redução de colesterol total e acúmulo de gordura, fatores de risco para o desenvolvimento da síndrome metabólica 4, 6-9.

 

Um estudo conduzido em 2018 investigou a ação da vitamina K2 (MK-7), comparada ao placebo, na distribuição e acúmulo de gordura corpórea em mulheres, durante um período de três anos. Ao final do estudo, as mulheres suplementadas apresentaram uma redução da circunferência abdominal, do peso e das gorduras abdominal e visceral 10. Esses resultados corroboram outros estudos prévios que também associaram a suplementação da vitamina K com a melhora do metabolismo da glicose e da gordura corporal em humanos 11-14.

 

Já na diabetes tipo II, a suplementação a longo prazo com a vitamina K2 está associada com redução de risco de desenvolvimento da doença. De fato, um estudo conduzido com mais de 35 mil voluntários demonstrou que apenas 10 mcg/dia de vitamina K2 diminui em 7% o risco da doença 6.

 

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Produzido por: Pietra Sacramento Prado, BSc.

Referências

  1. Schurgers L.J., Teunissen K.J., Hamulyak K., Knapen M.H., et al. Blood. 2007;109(8):3279-3283.
  2. Sato T., Schurgers L.J., Uenishi K. Nutr J. 2012;11:93.
  3. Halder M., Petsophonsakul P., Akbulut A.C., Pavlic A., et al. Int J Mol Sci. 2019;20(4).
  4. Li Y., Chen J.P., Duan L., Li S. Diabetes Res Clin Pract. 2018;136:39-51.
  5. Ministério da Saúde Brasil. 2017; https://bvsms.saude.gov.br/sindrome-metabolica/#:~:text=O%20termo%20S%C3%ADndrome%20Metab%C3%B3lica%20descreve,doen%C3%A7as%20card%C3%ADacas%2C%20derrames%20e%20diabetes.
  6. Beulens J.W., van der A.D., Grobbee D.E., Sluijs I., et al. Diabetes Care. 2010;33(8):1699-1705.
  7. Choi H.J., Yu J., Choi H., An J.H., et al. Diabetes Care. 2011;34(9):e147.
  8. Nagasawa Y., Fujii M., Kajimoto Y., Imai E., et al. Lancet. 1998;351(9104):724.
  9. Dam V., Dalmeijer G.W., Vermeer C., Drummen N.E., et al. J Clin Endocrinol Metab. 2015;100(6):2472-2479.
  10. Knapen M.H.J., Jardon K.M., Vermeer C. Eur J Clin Nutr. 2018;72(1):136-141.
  11. Knapen M.H., Schurgers L.J., Shearer M.J., Newman P., et al. Br J Nutr. 2012;108(6):1017-1024.
  12. Shea M.K., Booth S.L., Gundberg C.M., Peterson J.W., et al. J Nutr. 2010;140(5):1029-1034.
  13. Tamura T., Yoneda M., Yamane K., Nakanishi S., et al. Metabolism. 2007;56(5):623-628.
  14. Kanazawa I., Yamaguchi T., Yamauchi M., Yamamoto M., et al. Osteoporos Int. 2011;22(1):187-194

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