No dia 29 de outubro é celebrado em todo o mundo o Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral (AVC). Essa data foi instituída a fim de conscientizar a população a respeito dos tipos, sintomas e formas de prevenção. O AVC, também conhecido como derrame, decorre da alteração do fluxo de sangue ao cérebro, é responsável pela morte de células nervosas da região cerebral atingida e é considerado uma das maiores causas de morte e incapacidade adquirida em todo o mundo, é a causa mais frequente de óbito na população adulta no Brasil e consiste no diagnóstico de 10% das internações hospitalares públicas1-3.
O AVC é um distúrbio neurológico classificado em dois tipos: o isquêmico e o hemorrágico. O AVC isquêmico é o mais frequente representando 85% do casos e pode se originar de uma obstrução de vasos sanguíneos causada por uma trombose (formação de placas numa artéria principal do cérebro) ou embolia (quando um trombo ou uma placa de gordura originária de outra parte do corpo se solta e pela rede sanguínea chega aos vasos cerebrais)1-4.
Já, o AVC hemorrágico ocorre quando há o rompimento dos vasos sanguíneos, que se dá, na maioria das vezes, no interior do cérebro, provocando hemorragia intracerebral. Em outros casos, ocorre a hemorragia subaracnoide, o sangramento entre o cérebro e a aracnoide (uma das membranas que compõe a meninge). Consequentemente, há o aumento imediato da pressão intracraniana, que pode resultar em maior dificuldade para a chegada de sangue em outras áreas não afetadas e agravar a lesão. Esse subtipo de AVC também pode acontecer pelo entupimento de artérias cerebrais e é mais grave, tendo altos índices de mortalidade1-4.
Pelo fato de o AVC ser uma doença tempo-dependente, isto é, quanto mais rápido o tratamento, maior a chance de recuperação completa, o reconhecimento dos sinais e sintomas são primordiais para aumentar a chance de recuperação completa. Assim, os sintomas dos AVCs consistem em: dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente e acompanhada de vômitos; fraqueza ou dormência na face, nos braços ou nas pernas, geralmente afetando um dos lados do corpo; alterações na memória e na capacidade de planejar as atividades diárias; alteração na visão (perda da visão ou dificuldade para enxergar) em um ou ambos os olhos); paralisia (dificuldade ou incapacidade de se movimentar); alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar; confusão mental; sonolência; perda de consciência; alteração da fala (perda súbita da fala ou dificuldade para se comunicar) e compreensão; alterações nos batimentos cardíacos e na frequência respiratória e, eventualmente, convulsões1-3.
Existem fatores que podem favorecer o desencadeamento de um acidente vascular cerebral e que são inerentes à vida humana como o envelhecimento, características genéticas, como pertencer a raça negra, e possuir histórico familiar de doenças cardiovasculares também aumentam a chance de AVC. Esses indivíduos, portanto, devem ter mais atenção e fazer avaliações médicas mais frequentes1-3.
No entanto, existem outros fatores de risco para o surgimento de AVC como: hipertensão, diabetes, tabagismo, consumo frequente de álcool e drogas, estresse, colesterol elevado, doenças cardiovasculares, sobretudo as que produzem arritmias, sedentarismo e doenças do sangue, que podem ser prevenidos por meio do controle da pressão, do diabetes, do colesterol, suspensão do hábito de fumar, além da prática de exercícios físicos aliada a uma alimentação balanceada e saudável1-4.
Referências
- Saúde Md. 29/10 – Dia Mundial do AVC (Acidente Vascular Cerebral) Biblioteca Virtual em Saúde: Ministério da Saúde; 2023 [Available from: https://bvsms.saude.gov.br/29-10-dia-mundial-do-avc-acidente-vascular-cerebral/
- Saúde Md. Dia Mundial do AVC: Ministério da Saúde alerta para os tipos, sintomas e prevenção: Marco Guimarães – Ministério da Saúde; 2022 [Available from: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/outubro/dia-mundial-do-avc-ministerio-da-saude-alerta-para-os-tipos-sintomas-e-prevencao.
- Kuriakose D, Xiao Z. Int J Mol Sci. 2020;21(20).
- Zhao Y, Zhang X, Chen X, Wei Y. Int J Mol Med. 2022;49(2).