A colina, um nutriente essencial para todas as fases do desenvolvimento humano, atua em diversos processos no organismo, incluindo o metabolismo da homocisteína. Mas o que seria isso?

 

A homocisteína (Hcy) consiste em um aminoácido não essencial que é originado a partir de processos internos do próprio organismo, de forma natural [1, 2]. Por, a hiper-homocisteinemia (HHCys), condição na qual os níveis fisiológicos de homocisteína estão acima dos valores considerados normais, está associada a diversas complicações médicas [3].

 

Além de a HHCys ser considerada um marcador molecular para diagnóstico de determinadas patologias, essa condição também é apontada como um possível alvo terapêutico, uma vez que a homocisteína pode ser reduzida a metionina por duas vias, uma dependente de betaína e a outra, de ácido fólico e vitamina B12. Assim, a colina, por ser a principal precursora de betaína, exerce um papel fundamental na redução dos níveis de homocisteína [4]. Nesse contexto, a  ANVISA aprovou a alegação de que a colina contribui para o metabolismo da homocisteína, ou seja, impedindo que essa molécula se acumule no nosso organismo.

 

Mas será que a hiper-homocisteinemia é realmente tão prejudicial para o nosso organismo? A resposta é sim! Para se ter uma ideia, a HHCys foi considerada, pela Organização Mundial da Saúde, um potencial fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, uma vez que está relacionada à formação de placas ateroscleróticas e disfunção endotelial das artérias que acarretam eventos aterotrombóticos e aumento do processo inflamatório [6, 7]. Em gestantes, está relacionada a ocorrência de danos vasculares placentários, que podem levar à pré-eclâmpsia, ao aborto e à diabetes gestacional [4].

 

Já na saúde cognitiva, por exemplo, altos níveis de Hcy estão associados ao desenvolvimento de doenças cerebrovasculares e neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, desempenho cognitivo prejudicado e a transtornos mentais como demência, depressão e esquizofrenia [8-10].

 

Dessa forma, nutrientes como a colina e as vitaminas do complexo B têm importante papel na reversão do quadro de HHCys e, consequentemente, na redução de risco para desenvolvimento, bem como para progressão de diversas patologias [11, 12].

 

Produzido por: Pietra Sacramento Prado, BSc e Ana Carolina R. Souza, PhD

 

Referências

  1. Scott, J.M., et al., Folic acid metabolism and mechanisms of neural tube defects. Ciba Found Symp, 1994. 181: p. 180-7; discussion 187-91.
  2. Ueland, P.M., Choline and betaine in health and disease. J Inherit Metab Dis, 2011. 34(1): p. 3-15.
  3. Kang, S.S., P.W. Wong, and M.R. Malinow, Hyperhomocyst(e)inemia as a risk factor for occlusive vascular disease. Annu Rev Nutr, 1992. 12: p. 279-98.
  4. Tinelli, C., et al., Hyperhomocysteinemia as a Risk Factor and Potential Nutraceutical Target for Certain Pathologies. Front Nutr, 2019. 6: p. 49.
  5. Kumar, A., et al., The metabolism and significance of homocysteine in nutrition and health. Nutr Metab (Lond), 2017. 14: p. 78.
  6. W.H.O., Prevention of cardiovascular disease guidelines for assesment and management of cardiovascular risk. WHO Library Cataloguing-in-Publication Data, 2007.
  7. Bendini, M.G., et al., [Risk factors for cardiovascular diseases: what is the role for homocysteine?]. G Ital Cardiol (Rome), 2007. 8(3): p. 148-60.
  8. Moretti, R. and P. Caruso, The Controversial Role of Homocysteine in Neurology: From Labs to Clinical Practice. Int J Mol Sci, 2019. 20(1).
  9. Kim, J.M., et al., Predictive value of folate, vitamin B12 and homocysteine levels in late-life depression. Br J Psychiatry, 2008. 192(4): p. 268-74.
  10. Moustafa, A.A., et al., Homocysteine levels in schizophrenia and affective disorders-focus on cognition. Front Behav Neurosci, 2014. 8: p. 343.
  11. Olthof, M.R., et al., Choline supplemented as phosphatidylcholine decreases fasting and postmethionine-loading plasma homocysteine concentrations in healthy men. Am J Clin Nutr, 2005. 82(1): p. 111-7.

12.          Scott, J.M., Folate and vitamin B12. Proc Nutr Soc, 1999. 58(2): p. 441-8.

Disclaimer

O conteúdo do site não se destina a diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença. Todas as informações são baseadas em evidências científicas, porém fornecidas apenas para fins informativos e com o objetivo de exercer uma comunicação business-to-business (B2B).

Disclaimer

The content of the website is not intended to diagnose, treat, cure or prevent any disease. All information is based on scientific evidence but provided for informational purposes only and with the aim of exercising business-to-business (B2B) communication.

Disclaimer

El contenido del sitio web no está destinado a diagnosticar, tratar, curar o prevenir ninguna enfermedad. Toda la información se basa en evidencia científica, pero se proporciona solo con fines informativos y con el objetivo de ejercer la comunicación de empresa a empresa.