A má nutrição tem muitas formas. O termo “dupla carga de má nutrição” (DCM) consiste na coexistência de desnutrição (ou seja, deficiência de micronutrientes, baixo peso, nanismo e emaciação infantil) e de sobrepeso-obesidade na população de um mesmo território, que pode ocorrer a nível individual, domiciliar ou local/nacional [1]. Estima-se que mais de 2 bilhões de crianças e adultos em todo o mundo estejam acima do peso e mais de 150 milhões de crianças sofram de desnutrição [1].

É possível uma pessoa estar desnutrida e ao mesmo tempo acima do peso? Sim! Para se ter uma ideia, há diversos casos de crianças que apresentam, de forma simultânea, obesidade e nanismo, o que demonstra que a quantidade de alimento não reflete o seu perfil nutricional [2].

A prestigiada revista inglesa, The Lancet, publicou uma série de artigos abordando a problemática da DCM na saúde pública, que acomete principalmente países de baixa e média renda. No Brasil, particularmente, tem se observado uma tendência na redução dos casos de desnutrição e aumento dos casos de sobrepeso e obesidade, tanto em adultos quanto em crianças.

A desnutrição e o excesso de peso podem propagar efeitos a longo prazo, especialmente se forem desenvolvidas no início da vida. É importante destacar que a ocorrência de um desses quadros pode aumentar o risco do outro, além de afetar, ainda, as gerações seguintes através de mecanismos epigenéticos [2]. Por fim, ambos os quadros são marcados pela deficiência de micronutrientes que acarreta uma série de prejuízos para a saúde, aumentando o risco de desenvolvimento de doenças, de infecções e de mortalidade.

Os micronutrientes compreendem os minerais e vitaminas essenciais, os quais o organismo utiliza para a realização de funções celulares e moleculares normais. Apesar de serem requeridos em pequenas quantidades, na ordem mili ou microgramas, a deficiência de apenas um desses micronutrientes já pode gerar prejuízos sérios para a saúde. Entre as deficiências nutricionais mais comuns destacam-se a deficiência de ferro, vitamina A, iodo, folato e zinco, com atenção especial para a deficiência de ferro em mulheres em idade reprodutiva e crianças, que correspondem a cerca de 40% da população [3]. Tais deficiências podem acontecer de forma isolada, mas é bastante comum que ocorra a deficiência de múltiplos nutrientes simultaneamente. A boa notícia é que parte das desordens causadas pela deficiência nutricional pode ser revertida corrigindo os níveis do nutriente no organismo.

No link a seguir você encontra a série de publicações na íntegra feita pela revista The Lancet a respeito desse tema: https://www.thelancet.com/series/double-burden-malnutrition.

Produzido por: Pietra Sacramento Prado, BSc.

Referências

  1. Popkin, B.M., C. Corvalan, and L.M. Grummer-Strawn, Dynamics of the double burden of malnutrition and the changing nutrition reality. Lancet, 2020. 395(10217): p. 65-74.
  2. Wells, J.C., et al., The double burden of malnutrition: aetiological pathways and consequences for health. Lancet, 2020. 395(10217): p. 75-88.
  3. Han, G., et al., The Potential of Bovine Colostrum-Derived Exosomes to Repair Aged and Damaged Skin Cells. Pharmaceutics, 2022. 14(2).

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