A Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) foi identificada em 1981. Seu agente etiológico (causador) é o HIV (human immunodeficiency virus). A evolução natural da infecção caracteriza-se pela intensa e contínua replicação viral que leva à alteração do sistema imune.
 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou a existência de 33,4 milhões de pessoas infectadas pelo HIV, em 2009, no mundo. No Brasil, o Departamento de DST (doenças sexualmente transmissíveis), Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, estimou que havia aproximadamente 734 mil pessoas vivendo com HIV/Aids no ano de 2014, correspondendo a 0,4% da população.
 

O estado nutricional de pacientes infectados pelo HIV sofreu mudanças após o início do uso da terapia antirretroviral altamente ativa (HAART = highly active antiretroviral therapy). Observou-se uma diminuição da incidência de infecções oportunistas e da desnutrição, entretanto, uma variedade de anormalidades metabólicas tem sido associada ao uso prolongado dessa terapia, como: diabetes mellitus, nefrotoxicidade e dislipidemia.
  

Terapia nutricional

A terapia nutricional (TN) é indicada quando o paciente perde muito peso (>5% em três meses) ou tem depleção da massa celular corpórea (MCC) (>5% em três meses). Os objetivos da TN no paciente portador de HIV/Aids são:

  • evitar a desnutrição, principalmente a perda de peso corporal (> 10% do usual), por meio do fornecimento adequado de nutrientes;
  • minimizar os sintomas do HIV (ex: má absorção) e prevenir infecções;
  • minimizar os efeitos da terapia antirretroviral (diabetes e dislipidemias);
  • manter a composição corpórea ao preservar a MCC;
  • promover a qualidade de vida.

Na fase estável da doença, a necessidade proteica deve ser de 1,2 g/kg peso atual/dia e, na fase aguda, de 1,5 g/kg de peso atual/dia. A necessidade energética para paciente assintomático é de 30-35 kcal/kg/dia, e, para paciente sintomático, a necessidade aumenta para 40 kcal/kg/dia.

Não há consenso sobre a dosagem adequada da suplementação de vitaminas e minerais, porém recomenda-se que o consumo de vitaminas A, B, C, E, zinco e selênio não deve ser inferior a 100% da DRI (Ingestão Diária Recomendada).

Estudos têm demonstrado que a suplementação oral de ácidos graxos ômega-3 resulta em ganho de peso corporal e redução de triglicerídeos de pacientes infectados pelo HIV.

A TN com probióticos (lactobacilos e bifidobactérias) está indicada para crianças com HIV, principalmente quando ocorre disfunção intestinal e redução de linfócitos T CD4.

A terapia nutricional associada à atividade física promove significante alteração na composição corporal nos pacientes com HIV sob terapia com HAART e, por isso, é  uma boa alternativa para portadores do vírus.

 

 

Referências

Falco, M. et al. Terapia nutricional nas alterações metabólicas em pessoas vivendo com HIV/aids. Rev Saúde Pública. v.46, n.4, p:737-46, 2012.

Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral, Associação Brasileira de Nutrologia. Coppini LZC, Jesus RP. Terapia Nutricional na Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (HIV/AIDS). 2011.

CUPPARI, Lílian.  Guia de Nutrição: nutrição clínica no adulto. 2ed. Manole, 2005. – (Guias de medicina ambulatorial e hospitalar, UNIFESP- Escola Paulista de Medicina).

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