Nós já sabemos que o equilíbrio entre os nutrientes é indispensável para a manutenção dos processos biológicos. E aqui vamos falar um pouquinho sobre a relação entre o potássio e o magnésio!
 

Potássio e magnésio são dois nutrientes muito abundantes no corpo. Eles desempenham papéis vitais no funcionamento do sistema nervoso e na contração e relaxamento do músculo esquelético e cardíaco. Além disso, têm função central em outros processos biológicos essenciais, como o metabolismo energético, a replicação celular e a síntese proteica.

Você sabia?

A deficiência de magnésio é chamada hipomagnesemia.

A deficiência de potássio é chamada hipocalemia.

Os distúrbios do metabolismo do potássio são comuns e tanto a reposição desse nutriente como o diagnóstico da hipocalemia grave são um grande desafio na prática clínica. Ela pode ser causada pela ingestão insuficiente ou pela perda excessiva de potássio. Os sistemas renais e gastrointestinais são os sítios principais de perda de potássio em excesso.
 

Vários órgãos e mecanismos celulares são envolvidos na adequada regulação do potássio em nosso organismo: no intestino, ocorre a absorção por meio de dieta;  a sua excreção acontece, preferencialmente, pela urina (95%) e também pelas fezes (5%) e a musculatura esquelética representa seu maior reservatório.
 

A diminuição do potássio plasmático leva a um grande prejuízo na função de nervos e músculos, podendo resultar em arritmias graves, em que o indivíduo, na maioria das vezes, apresenta-se assintomático ou com queixas inespecíficas, como fraqueza muscular. Quando crônica, pode causar uma variedade de problemas renais, incluindo a formação de cistos.
 

A hipocalemia é um achado comum em pacientes com hipomagnesemia. E, quando o potássio se apresenta em baixas quantidades e existe a deficiência de magnésio, a suplementação de potássio nem sempre é capaz de reestabelecer os níveis adequados deste, a menos que o status do magnésio seja restaurado. Mas por que isso acontece?
 

A teoria é que a deficiência de magnésio agrava a perda de potássio por meio da excreção renal desse nutriente. Ainda não se sabe ao certo como isso ocorre, mas acredita-se que o magnésio tenha influência sobre a bomba de Na-K-ATPase e os canais ROMK.
 

A bomba de Na-K-ATPase é responsável pela transferência de íons através das membranas das células. Os níveis de magnésio reduzidos levam à deficiência ou à função reduzida dessas bombas, o que tem como resultado final a maior excreção de potássio.
 

Os canais ROMK participam como reguladores da excreção de potássio pela urina. Em situações de bom funcionamento e havendo baixos níveis de potássio, esses canais são fechados, impedindo que o potássio seja eliminado na urina. Postula-se que, em casos de hipomagnesemia, esse fechamento dos canais ROMK não aconteça, fazendo com que o potássio seja perdido na urina.
 

Vale ressaltar que a deficiência de magnésio agrava a perda de potássio, mas a deficiência de magnésio sozinha não, necessariamente, causa hipocalemia.



 

 

 

Referências Bibliográficas:

ALBION, Human Nutrition. Potassium and magnesium: important metabolic relationship. Research Notes: A compilation of vital research updates on human nutrition. v. 22, n. 3. 2013.

GONZÁLEZ, E. P.; RODRÍGUEZ, F. S.; GARCÍA, E. C. Homeostasis del magnésio: etiopatogenia, clínica y tratamiento de la hipomagnesemia. A propósito de un caso. Nefrología, v. 29, n. 6, p. 518-24. 2009.

HUANG, C.-L.; KUO, E. Mechanism of hypokalemia in magnesium deficiency. JASN, v. 18, n. 10, p. 2649-52. 2007.

PIROZZI, F. F. et al. Persistent hypokalemia. Case report. Rev Bras Clin Med. São Paulo, v. 10, n. 2, p. 147-51. 2012.

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