A ansiedade é um transtorno de humor caracterizado pela sensação de apreensão, tensão e nervosismo, acompanhada por uma excitação fisiológica e um permanente estado de tensão e hipervigilância1, sendo mais prevalente em mulheres2. A incidência de ansiedade tem aumentado em todo o mundo nos últimos anos, atingindo cerca de 3,6% da população mundial, afetando, simultaneamente, o estado emocional, motivacional e energético do indivíduo, comprometendo a qualidade de vida, a produtividade e a capacidade de lidar com os desafios diários2, 3.

 

O papel da nutrição nos transtornos de humor, incluindo na ansiedade, vem sendo cada vez mais estudado, visto que concentrações adequadas de macro e micronutrientes são necessárias para uma função cerebral adequada4. Nesse sentido, as deficiências nutricionais têm sido associadas ao agravamento e à prevalência desses transtornos5-7.

 

O zinco, um nutriente essencial encontrado em alimentos de origem vegetal e animal, bem como em suplementos alimentares, é cofator de pelo menos 100 enzimas celulares e possui ação sistêmica no organismo. No sistema nervoso central, o zinco é um importante mineral para a regulação da expressão gênica, para a sinalização neuronal, para a modulação de neurotransmissores, além de atuar na neurogênese, impactando em funções cognitivas como aprendizagem e memória, além do controle emocional e de humor. Ele tem demonstrado ser um nutriente potencial na redução da ansiedade, agindo no ácido γ-aminobutírico (GABA), nos sistemas glutamatérgico, serotonérgico, na neurogênese e no sistema imunológico, também podendo influenciar receptores importantes, como o GPR393, 4, 8.

 

Na literatura, um estudo conduzido em 2017 avaliou a correlação entre os níveis séricos de zinco e a prevalência de ansiedade e depressão em 100 adolescentes do sexo feminino. Os resultados identificaram que as concentrações séricas de zinco foram inversamente correlacionadas com a pontuação de depressão e ansiedade e, ainda, de forma dose-dependente, onde para cada aumento de 10 μg/dL nos níveis de zinco, houve uma redução de 0,1, 0,03 e 0,135 nas pontuações dos testes de depressão, ansiedade e transtorno do humor, respectivamente1. Corroborando esses resultados, demais estudos também apontaram a correlação inversa entre a concentração sérica de zinco e a prevalência de ansiedade e/ou depressão9-12.

 

Diante disso, o zinco tem recebido atenção considerável no que diz respeito ao seu potencial papel como fator terapêutico para a ansiedade, uma vez que a terapia medicamentosa associada à suplementação com o zinco parece ser bastante promissora sendo considerada um dos tratamentos mais populares e eficazes contra a ansiedade e demais transtornos de humor. Além disso, a suplementação com zinco é uma alternativa de baixo custo, acessível e associada a poucos efeitos colaterais12-14.

 

Referências

  1. Tahmasebi K, Amani R, Nazari Z, Ahmadi K, Moazzen S, Mostafavi SA. Biol Trace Elem Res. 2017;178(2):180-8.
  2. World Health Organization. Depression and Other Common Mental Disorders: World Health Organization; 2017 [Available from: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/254610/WHO-MSD-MER-2017.2-eng.pdf.
  3. Azargoonjahromi A. Nutr Rev. 2023.
  4. Sarris J, Logan AC, Akbaraly TN, Amminger GP, Balanza-Martinez V, Freeman MP, et al. Lancet Psychiatry. 2015;2(3):271-4.
  5. Yanik M, Erel O, Kati M. Acta Neuropsychiatr. 2004;16(4):200-3.
  6. Sarandol A, Sarandol E, Eker SS, Erdinc S, Vatansever E, Kirli S. Hum Psychopharmacol. 2007;22(2):67-73.
  7. Oddy WH, Robinson M, Ambrosini GL, O’Sullivan TA, de Klerk NH, Beilin LJ, et al. Prev Med. 2009;49(1):39-44.
  8. Gower-Winter SD, Levenson CW. Biofactors. 2012;38(3):186-93.
  9. Amani R, Saeidi S, Nazari Z, Nematpour S. Biol Trace Elem Res. 2010;137(2):150-8.
  10. Islam MR, Ahmed MU, Mitu SA, Islam MS, Rahman GK, Qusar MM, et al. Biol Trace Elem Res. 2013;154(1):21-7.
  11. Yary T, Aazami S. Biol Trace Elem Res. 2012;145(3):286-90.
  12. Siwek M, Dudek D, Schlegel-Zawadzka M, Morawska A, Piekoszewski W, Opoka W, et al. J Affect Disord. 2010;126(3):447-52.
  13. Sawada T, Yokoi K. Eur J Clin Nutr. 2010;64(3):331-3.
  14. Siwek M, Dudek D, Paul IA, Sowa-Kucma M, Zieba A, Popik P, et al. J Affect Disord. 2009;118(1-3):187-95.

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