No dia 10 de outubro é celebrado em todo o mundo o Dia Internacional da Saúde Mental. Essa data foi instituída em 1992, pela Federação Mundial de Saúde Mental, e tem como objetivo chamar a atenção pública para o assunto, que ainda é visto como um tabu pela sociedade. A Organização Mundial de Saúde (OMS) escolheu o seguinte tema para comemorar este momento: “Os jovens e a saúde mental em um mundo em transformação”. Tal tema tem o intuito de chamar atenção para o reconhecimento da causa do sofrimento por problemas mentais e promoção de saúde mental em adolescentes e jovens adultos, trazendo benefícios em curto e longo prazo para eles e para a sociedade1.

 

De acordo com a OMS, saúde mental é um estado de bem-estar emocional no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade. A saúde mental implica muito mais que a ausência de doenças mentais. Contudo, se houver algum desequilíbrio nesse estado poderá favorecer o surgimento de distúrbios mentais, como a depressão2.

 

A depressão é um transtorno mental, que envolve alterações no humor, como tristeza, irritabilidade e sensação de vazio, e a perda de prazer ou interesse nas atividades cotidianas. Outros sintomas que podem aparecer são: falta de concentração, sensação de culpa excessiva, falta de esperança no futuro, alteração no apetite, sentimento de cansaço ou falta de energia3.

 

Esse transtorno mental pode afetar pessoas de todas as idades, raças, etnias e gêneros4; é o distúrbio mental mais frequente e a principal causa de incapacidade5. Na população brasileira, a prevalência de sintomas depressivos é estimada em 3,3%, isto é, aproximadamente 7,2 milhões de pessoas6. Assim, o Brasil é considerado o país com maior predomínio de depressão na América Latina7.

 

O tratamento mais indicado é a utilização de antidepressivos associado à psicoterapia8, entretanto, na tentativa de melhorar a qualidade de vida ou combater os efeitos adversos do tratamento farmacológico, pode ser associado a este tipo de intervenção o uso de suplementos alimentares ou nutracêuticos que possuem nutrientes que podem melhorar a resposta destes indivíduos, como o café, por exemplo9.

 

A cafeína, um composto natural inicialmente descoberto na década de 1820, no chá verde (Camellia sinensis) e no café (Coffea arabica), é considerada a substância psicoativa mais consumida mundialmente, estima-se que dois bilhões de xícaras de café são ingeridas por dia em todo o mundo10. No Brasil, em média, são consumidos cerca de 5,8 kg por pessoa/ano de café, sendo o 14ª país no ranking de maiores consumidores11. A maior parte é consumida no café em si, mas a cafeína também está presente em vários suplementos, bebidas energéticas e alimentos12, 13.

 

Após a absorção, a cafeína é rapidamente distribuída para todos os tecidos, conseguindo, inclusive, atravessar a barreira hematoencefálica, local onde exerce seus efeitos estimulantes no sistema nervoso central (SNC)14. Sugere-se que a cafeína esteja relacionada à depressão, pois modula a transmissão dopaminérgica e facilita a liberação de serotonina, ou seja, previne um desequilíbrio nos neurotransmissores cerebrais, que podem causar a depressão. Além da cafeína, o café contém alguns compostos anti-inflamatórios e antioxidantes, como o ácido clorogênico e as catequinas, que também demonstram potenciais efeitos benéficos contra a depressão15, 16.

 

O efeito da ingestão de cafeína na depressão foi investigado em um estudo realizado com 2.307 estudantes de 11 a 17 anos, em que concluíram que o consumo de menos de 1.000 mg de cafeína por semana aumenta a incidência de depressão em meninas em comparação com meninos17. Em outro estudo, a incidência de depressão entre os participantes que bebiam mais de duas xícaras de café por dia foi reduzida em 24% em comparação com aqueles que não bebiam café18

 

Assim, a literatura tem demonstrado o potencial da cafeína na prevenção e/ou na melhora do quadro depressivo, podendo ser utilizada como um tratamento adjuvante dos distúrbios mentais15, 16.  

 

Referências

  1. Saúde Md. Dia Mundial da Saúde Mental 2023 [Available from: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-mental/dia-mundial-da-saude-mental
  2. Saúde Md. “Saúde mental no trabalho” é tema do Dia Mundial da Saúde Mental 2017, comemorado em 10 de outubro Biblioteca Virtual em Saúde2017 [Available from: https://bvsms.saude.gov.br/saude-mental-no-trabalho-e-tema-do-dia-mundial-da-saude-mental-2017-comemorado-em-10-de-outubro/#:~:text=De%20acordo%20com%20a%20Organiza%C3%A7%C3%A3o,a%20aus%C3%AAncia%20de%20doen%C3%A7as%20mentais.
  3. WHO. Depressive disorder (depression): WHO; 2023 [Available from: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/depression.
  4. Depression Bethesda: National Institute of Mental Health; 2023 [Available from: https://www.nimh.nih.gov/health/topics/depression.
  5. WHO. Depressão: World Health Organization; 2023 [Available from: https://www.paho.org/pt/topicos/depressao.
  6. Bonadiman CSC, Malta DC, de Azeredo Passos VM, Naghavi M, Melo APS. Population health metrics. 2020;18(1):1-13.
  7. Martins F. Na América Latina, Brasil é o país com maior prevalência de depressão Brasília: Ministério da Saúde; 2022 [Available from: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/setembro/na-america-latina-brasil-e-o-pais-com-maior-prevalencia-de-depressao.
  8. Fusar-Poli L, Vozza L, Gabbiadini A, Vanella A, Concas I, Tinacci S, et al. Crit Rev Food Sci Nutr. 2019;60(15):2643-53.
  9. de Melo Maia JD, Dolabela MF, Maia MP. Research, Society and Development. 2022;11(10):e361111032804-e.
  10. Grgic J, Del Coso J. Int J Environ Res Public Health. 2021;18(11).
  11. Battaglia R. Qual é o país que mais consome café no mundo? 2021 [Available from: https://super.abril.com.br/sociedade/qual-e-o-pais-que-mais-consome-cafe-no-mundo-dica-nao-e-o-brasil/.

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