Ao contrário do que a maioria pensa, quando falamos de vitamina K não estamos nos referindo a apenas uma única vitamina, mas sim a uma família de vitaminas lipossolúveis, que são caracterizadas de acordo com sua estrutura e função. Quais são elas? A vitamina K é classificada em dois tipos principais: a filoquinona, conhecida como vitamina K1, e as menaquinonas, conhecidas como vitamina K2. Dentro do grupo da vitamina K2 existe, ainda, uma subdivisão de acordo com a sua estrutura molecular. Os subtipos mais conhecidos são os das menaquinonas-4, -7, -8 e -9 (MK-4, MK-7, MK-8 e MK-9, respectivamente) 1.

 

Há diversas diferenças entre as vitaminas K1 e K2, que incluem suas fontes alimentares, absorção, mecanismo de ação, órgãos-alvos e tempo de meia-vida no organismo.

 

A vitamina K1 é a forma predominante na dieta, encontrada principalmente em vegetais folhosos como espinafre, couve e repolho, e frutas como abacate e kiwi. Já a vitamina K2, é encontrada em alimentos produzidos a partir da fermentação bacteriana, como queijos fermentados e o natto, alimento tradicional japonês produzido a partir da soja fermentada2. No que tange ao tempo de meia-vida, a K1 apresenta um tempo de vida relativamente curto, circulando no organismo por cerca de 1,5 horas, e exercendo sua ação no fígado 3. Por outro lado, a vitamina K2 apresenta um tempo de vida superior, principalmente na forma de MK-7, conseguindo permanecer na corrente sanguínea por até 72 horas, e exercendo seus benefícios em todo o organismo, e não apenas no fígado tal qual a vitamina K1 4, 5. Ou seja, de forma resumida, as vitaminas K1 e K2 apresentam funções e origens diferentes entre si, sendo ambas de extrema importância para a nossa saúde.

 

 

E quanto às suas funções e benefícios? A vitamina K1 atua majoritariamente na coagulação sanguínea, evitando processos hemorrágicos descontrolados. Por exemplo, em recém-nascidos é recomendado a aplicação de uma injeção intramuscular de vitamina K1 a fim de prevenir processos hemorrágicos que se dão por sua deficiência 6. Já a K2, tem inúmeras funções no organismo, com novos benefícios sendo descobertos constantemente. Seus principais cenários de ação, mais consolidados, referem-se a sua capacidade de auxiliar o cálcio na mineralização óssea ao mesmo tempo impedir a sua deposição nas artérias, evitando a calcificação arterial, promovendo, portanto, tanto benefícios para a saúde óssea, quanto para a cardiovascular 7, 8. De fato, a suplementação de vitamina K2 na forma de MK-7 é eficaz em reduzir o risco de calcificação arterial, ocorrência de fraturas, prevenir a perda de massa óssea e melhorar a resistência e força dos ossos, com resultados positivos tanto em crianças quanto em adultos e idosos 9-11. Outros benefícios emergentes da vitamina K2 incluem seu potencial na melhora da resistência à insulina, melhora do peso e composição corporal, neuroproteção, proteção dentária, controle da inflamação, entre outras 12.

 

Embora a sua importância para a nossa saúde, a deficiência de vitamina K2 ainda é bastante comum visto que são poucos os alimentos com quantidades adequadas dessa vitamina em sua composição. Dessa forma, a suplementação de vitamina K2 é uma maneira segura e eficaz de alcançar níveis adequados desse nutriente e garantir todos os benefícios associados a ele.

 

Produzido por: Pietra Sacramento Prado, BSc.

 

Referências

  1. Halder M., Petsophonsakul P., Akbulut A.C., Pavlic A., et al. International Journal of Molecular Sciences. 2019;20(4):896.
  2. Shearer M.J., Newman P. Thromb Haemost. 2008;100(4):530-547.
  3. Novotny J.A., Kurilich A.C., Britz S.J., Baer D.J., et al. Br J Nutr. 2010;104(6):858-862.
  4. Schurgers L.J., Teunissen K.J., Hamulyak K., Knapen M.H., et al. Blood. 2007;109(8):3279-3283.
  5. Sato T., Schurgers L.J., Uenishi K. Nutr J. 2012;11:93.
  6. Pediatrics A.A.o. 1954:92.
  7. Adams J., Pepping J. Am J Health Syst Pharm. 2005;62(15):1574-1581.
  8. van Summeren M.J., Braam L.A., Lilien M.R., Schurgers L.J., et al. Br J Nutr. 2009;102(8):1171-1178.
  9. Feskanich D., Weber P., Willett W.C., Rockett H., et al. Am J Clin Nutr. 1999;69(1):74-79.
  10. Knapen M.H., Schurgers L.J., Vermeer C. Osteoporos Int. 2007;18(7):963-972.
  11. Knapen M.H., Braam L.A., Drummen N.E., Bekers O., et al. Thromb Haemost. 2015;113(5):1135-1144.
  12. Halder M., Petsophonsakul P., Akbulut A.C., Pavlic A., et al. Int J Mol Sci. 2019;20(4).

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