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Evidências científicas sugerem que a deficiência de ferro e a anemia ferropriva podem aumentar a suscetibilidade a certos tipos de convulsões

 

A convulsão febril é o tipo mais comum de convulsão em crianças menores de 5 anos afetando, cerca de 2% a 5% da população infantil, globalmente. Ela é caracterizada por convulsões acompanhadas de febre (temperatura igual ou superior a 38°C), sem infecção sistêmica do sistema nervoso central ou quaisquer distúrbios metabólicos, e sem histórico de convulsão afebril anterior. Como fatores de risco para o desenvolvimento de convulsões febris destacam-se: fatores genéticos, baixo nível socioeconômico, mau estado nutricional, diversas infecções e algumas deficiências de micronutrientes, como o ferro1, 2.

 

O ferro é um nutriente importante que atua como cofator para diversas enzimas do corpo, está envolvido no transporte de oxigênio na hemoglobina, na replicação e no reparo do DNA (ácido desoxirribonucléico), nas funções mitocondriais, na produção de hormônios, no metabolismo das catecolaminas, na imunidade, no crescimento e no desenvolvimento das crianças, entre tantas outras1-4. No metabolismo cerebral especificamente, o ferro é vital para a produção de energia, a garantia de oxigenação, a realização de reações neuroquímicas e a produção e a regulação de neurotransmissores como serotonina, epinefrina e dopamina2, 5.

 

A deficiência de ferro

A deficiência de ferro no organismo pode acarretar diversos danos à saúde que podem ser permanentes na vida do indivíduo, principalmente se ocorrer durante o período mais ativo do desenvolvimento cerebral em crianças pequenas1, 2. Na primeira infância, a anemia por deficiência de ferro (anemia ferropriva) representa um aumento do risco de prejuízos para o desenvolvimento cognitivo, neuropsicológico, motor e socioemocional, com consequências de curto e longo prazo1, 2, 6. Além desses fatores, há ainda outras consequências, tais como alterações de crescimento, prejuízo da imunidade, com aumento do risco de infecções, perda de apetite, dificuldade de aprendizagem e de concentração, cansaço, fadiga, alterações na termorregulação, prejuízos no desempenho físico e complicações na composição da hemoglobina e, consequentemente, na distribuição de oxigênio pelos tecidos, o que caracteriza a anemia2-4, 7-10.

 

Evidências clínicas

Além disso, evidências sugerem que a deficiência de ferro, bem como a anemia ferropriva, aumentam a suscetibilidade a certos tipos de convulsões, inclusive às convulsões febris. Isto se deve ao fato da interrupção da atividade normal dos neurotransmissores (dopamina, norepinefrina, serotonina, glutamato e ácido γ-aminobutírico – GABA) e do metabolismo cerebral somado a maior frequência de infecções1, 2. Neste sentido, um estudo caso-controle realizado com 52 crianças com convulsão febril, 18 com convulsões afebris e 51 com febre sem convulsões concluiu que o uso de suplementos de ferro em crianças de alto risco de convulsão pode reduzir a incidência de convulsão febril11.

 

A deficiência de ferro é a principal causa de anemia (saiba mais neste link), e é considerada a deficiência nutricional de maior prevalência, acometendo cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo12. Ela é, portanto, uma condição que requer intervenção e que pode ser evitada por meio de rastreio e intervenções terapêuticas adequadas, incluindo a suplementação1. Assim, quando indicada por um profissional da saúde, a suplementação com ferro é uma estratégia efetiva para prevenir a deficiência desse mineral essencial e garantir as demandas necessárias para o bom desenvolvimento e funcionamento do organismo, prevenindo suas complicações. Entretanto, a escolha da fonte de nutriente é tão importante quanto a própria suplementação, para saber mais entre em contato com gente!  

 

 

Referências:

  1. Sulviani R, Kamarullah W, Dermawan S, Susanto H. Journal of Child Neurology. 2023;38(3-4):186-97.
  2. Jang HN, Yoon HS, Lee EH. BMC pediatrics. 2019;19(1):309.
  3. Lozoff B, Georgieff MK. Semin Pediatr Neurol. 2006;13(3):158-65.
  4. Fretham SJ, Carlson ES, Georgieff MK. Adv Nutr. 2011;2(2):112-21.
  5. Kaplan BJ, Crawford SG, Field CJ, Simpson JS. Psychol Bull. 2007;133(5):747-60.
  6. Pedraza DF, Queiroz D. Rev Bras Crescimento Desenvolvimento Hum. 2011;21(1):156-71.
  7. Pasricha SR, Tye-Din J, Muckenthaler MU, Swinkels DW. Lancet. 2021;397(10270):233-48.
  8. Yokoi K, Konomi A. Br J Nutr. 2017;117(10):1422-31.
  9. Means RT. Nutrients. 2020;12(2).
  10. Auerbach M, Adamson JW. Am J Hematol. 2016;91(1):31-8.
  11. Karimi P, Sayehmiri K, Azami M, Tardeh Z. International Journal of Adolescent Medicine and Health. 2022;34(1).
  12. Tulchinsky TH. Public Health Rev. 2010;32(1):243-55.

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