Diferentemente do que a maioria pensa, a vitamina K não é apenas uma única vitamina, mas sim uma família de vitaminas lipossolúveis, que são caracterizadas de acordo com sua estrutura e função. Dentre elas destacam-se a filoquinona, conhecida como vitamina K1, e as menaquinonas, conhecidas como vitamina K2. Dentro do grupo da vitamina K2 existe, ainda, uma subdivisão de acordo com a sua estrutura molecular. Os subtipos mais conhecidos são os das menaquinonas-4, -7, -8 e -9 (MK-4, MK-7, MK-8 e MK-9, respectivamente)1.

 

A vitamina K1 é a forma predominante na dieta, encontrada principalmente em vegetais folhosos como espinafre, couve e repolho, e frutas como abacate e kiwi. Já a vitamina K2, é encontrada em alimentos produzidos a partir da fermentação bacteriana, como queijos fermentados e o natto, alimento tradicional japonês produzido a partir da soja fermentada2.

 

Já está bem estabelecido na literatura que a vitamina K1 traz benefícios à coagulação sanguínea, evitando processos hemorrágicos descontrolados3 e que a vitamina K2 oferece benefícios tanto para a saúde óssea, quanto para a saúde cardiovascular4, 5, além de melhorar a resistência à insulina, melhorar o peso e a composição corporal, promover neuroproteção, proteção dentária e controle de inflamações1. Entretanto, há evidências crescentes sugerindo que a vitamina K, incluindo a K1 e a K2, também pode contribuir para a saúde ocular dos indivíduos, um exemplo disso é o simples fato de sua deficiência severa causar cegueiras provenientes de hemorragias orbitárias6.

 

O glaucoma, a catarata, a catarata diabética, a degeneração macular relacionada à idade e a retinopatia diabética são exemplos de doenças oculares relacionadas à idade, bem como comportamentais e associadas ao estilo de vida, que estão cada vez mais presentes na população, apesar dos inúmeros avanços na medicina. Tais doenças parecem estar vinculadas à ação da vitamina K, visto que o aumento da ingestão de vegetais de folhas verdes, que são a principal fonte de vitamina K1 na dieta, foi associado a um risco 20-69% menor de glaucoma e o consumo de meia xícara de couve cozida por dia foi relacionada a 29% de redução da taxa de risco para cirurgias de catarata6.

 

Além disso, a proteína Gla da matriz (MGP), uma proteína dependente da vitamina K, é essencial para manter a pressão intraocular e a vitamina K está associada ao estreitamento arteriolar da retina, fatores que possuem estreita relação com o glaucoma. Adicionalmente, as proteínas extra-hepáticas dependentes da vitamina K (VKDP) regulam a calcificação tecidual, a morte celular e o crescimento, relevantes para a saúde visual e a vitamina K1 pode ser eficaz na preservação das células ganglionares da retina (RGC) e no tratamento da lesão da malha trabecular (MT), também importantes para a saúde ocular6.

 

Na literatura há estudos que comprovam complicações oculares importantes associadas ao uso de antagonistas da vitamina K (AVK), como a varfarina. Neste sentido, sabe-se que a interrupção do metabolismo hepático da vitamina K resulta em complicações potencialmente causadoras de cegueira. E há, ainda, evidências de que a vitamina K está presente no olho e no cérebro humano, visto que foram encontradas duas VKDP livres no humor aquoso, que variam em estados de doenças como o diabetes6.

 

As intervenções nutricionais e dietéticas são os fatores de risco modificáveis mais poderosos para doenças ao longo da vida6, mesmo assim, nota-se que a deficiência de vitamina K, em especial a vitamina K2, ainda é bastante comum, visto que são poucos os alimentos com quantidades adequadas dessa vitamina em sua composição.

 

Assim, tendo em vista a importância da vitamina K para saúde, inclusive para a saúde ocular, somada a sua frequente deficiência, a suplementação é uma maneira segura e eficaz de atingir níveis adequados desse nutriente e garantir todos os benefícios associados a ele.

 

 

Referências: 

  1. Halder M., Petsophonsakul P., Akbulut A.C., Pavlic A., et al. Int J Mol Sci. 2019;20(4):896.
  2. Shearer M.J., Newman P. Thromb Haemost. 2008;100(4):530-547.
  3. Pediatrics A.A.o. 1954:92.
  4. Adams J., Pepping J. Am J Health Syst Pharm. 2005;62(15):1574-1581.
  5. van Summeren M.J., Braam L.A., Lilien M.R., Schurgers L.J., et al. Br J Nutr. 2009;102(8):1171-1178.
  6. Mong M.A. Nutrients. 2023;15(8):1948.

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